Mindfulness na atenção primária à saúde

autonomia do enfermeiro na perspectiva de Paulo Freire

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2024-70737

Palavras-chave:

Enfermeiros, Meditação, Atenção Plena, Autonomia Profissional, Atenção Primária à Saúde

Resumo

Este estudo buscou compreender como a meditação da atenção plena – mindfulness – promove a autonomia do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde, à luz da teoria de Paulo Freire. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, participante, realizada com 16 enfermeiras, por meio de entrevista aberta em profundidade, entre setembro e dezembro de 2020, e uma análise de conteúdo temática. Como resultado, constatamos que a autonomia profissional do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde encontra-se em processo de evolução e consolidação. A formação, a busca por conhecimento, os protocolos de enfermagem e as experiências somam forças para nutrir o papel dessa categoria. Refletiu-se sobre a operacionalização da meditação no trabalho, que é possível introduzir nas prescrições de cuidado do enfermeiro, em âmbito individual e coletivo. Concluiu-se que a autonomia do enfermeiro é conquistada por diferentes frentes de atuação e que a meditação constitui um caminho com potencial para promover a autonomia profissional e o cuidado integral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Indiara Sartori Dalmolin, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil; enfermeira na Prefeitura Municipal de Florianópolis, Brasil.

Vera Lucia Freitag, Universidade de Cruz Alta

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil; professora na Universidade de Cruz Alta, Rio Grande do Sul, Brasil.

Ivonete Teresinha Schülter Buss Heidemann, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo, Brasil; estágio pós-doutoral pela Universidade de Toronto, Canadá; professora na Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Referências

BARATIERI, T.; SANGALETI, C. T. O enfermeiro da saúde da família e a promoção da autonomia do usuário: análise reflexiva. Revista de Enfermagem UFPE, Recife, v. 7, n. 12, p. 6921-6928, 2013. DOI 10.5205/1981-8963-v7i12a12358p6921-6928-2013. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/12358. Acesso em: 14 mar. 2024.

BERTOLIN, J. C. G.; BOHRZ, R. Diálogo, contextualização do saber e autonomia em Paulo Freire e a semipresencialidade na Educação Superior. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 20, n. 66, p. 1436-1461, 2020. DOI 10.7213/1981-416x.20.066.ao03. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-416x2020000301436. Acesso em: 5 dez. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos e revoga as Resoluções CNS nos. 196/96, 303/2000 e 404/2008. Brasília, DF, 2012. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/legislacao/resolucao-cns-466-12#:~:text=Aprova%20as%20diretrizes%20e%20normas,revoga%20as%20Resolu%C3%A7%C3%B5es%20CNS%20nos. Acesso em: 14 mar. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Brasília, DF, 2016. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/normativas-conep#:~:text=A%20Resolu%C3%A7%C3%A3o%20CNS%20n%C2%BA%20510%2F2016%20disp%C3%B5e%20normas%20aplic%C3%A1veis%20a,os%20existentes%20na%20vida%20cotidiana. Acesso em: 14 mar. 2024.

CASTRO, S. P.; MALAVASIM, A. A relação da pedagogia da autonomia de Paulo Freire com a prática docente no contexto educacional. e-Mosaicos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 13, 2017. DOI 10.12957/e-mosaicos.2017.30808. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/e-mosaicos/article/view/30808. Acesso em: 14 mar. 2024..

CYPRIANO, C. C.; MARÇAL, C. C. B.; HEIDEMANN, I. T. S. B. Pensar e refletir para um novo agir pedagógico em saúde. In: PRADO, M. L D.; SCHMIDT, K. R. (org.). Paulo Freire: a boniteza de ensinar e aprender na saúde. Florianópolis: NFR/UFSC, 2016. p. 117-129. Disponível em: https://ebooks-saude.sites.ufsc.br/flipbook_PauloFreire/mobile/index.html#p=129. Acesso em: 14 mar. 2024.

DONOSO, L. M. B. et al. Flexibilidad psicológica y atención plena: analizando su valor añadido sobre los niveles de energía y motivación entre enfermeras procedentes de España y Cuba. Summa psicol. UST, Santiago, v. 14, n. 2, p. 24-34, 2017. DOI 10.18774/448x.2017.14.343. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1087765. Acesso em: 14 mar. 2024.

DURAND, M. K.; HEIDEMANN, I. T. S. B. Promoção da autonomia da mulher na consulta de enfermagem em saúde da família. Revista da Escola de Enfermagem, São Paulo, v. 47, n. 2, p. 288-295, 2013. DOI 10.1590/S0080-62342013000200003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/Q6YRzBCcsMrSNXkHTnfWBpr/#. Acesso em: 10 set. 2020.

ESPER, M. V.; GNATTA, J. R.; SILVA, M. J. P. Caracterização da produção científica sobre meditação na área da saúde e na enfermagem: revisão de literatura. Cad. Naturol. Terap. Complem., São Paulo, v. 5, n. 8, p. 39-46, 2016. DOI 10.19177/cntc.v5e8201639-46. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-876967. Acesso em: 15 mar. 2024.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 58. ed. São Paulo: Paz & Terra, 2019.

GALVANESE, A. T. C.; BARROS, N. F. D.; D'OLIVEIRA, A. F. P. L. Contribuições e desafios das práticas corporais e meditativas à promoção da saúde na rede pública de atenção primária do Município de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 33, n. 12, p. 1-13, 2017. DOI 10.1590/0102-311X00122016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/bjSFFnT6Tb96mJZjSBV5QWy/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 mar. 2024.

GAUDENZI, P.; ORTEGA, F. Problematizando o conceito de deficiência a partir das noções de autonomia e normalidade. Ciênc. saúde colet., Rio de Janeiro, v. 21, n. 10, p. 3061-70, 2016. DOI: 10.1590/1413-812320152110.16642016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/HFz9VsDjHFTLsyCzNQThK9y/abstract/?lang=pt. Acesso em: 26 abr. 2020.

GHERARDI-DONATO, E. C. S. et al. Mindfulness: reflexão sobre limites e potencialidades para a assistência de enfermagem. Rev. Enferm. UFSM, Santa Maria, v. 9, p.1-21, 2019. DOI 10.5902/2179769233058. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/33058/html. Acesso em: 3 abr. 2022.

HABIMORAD, P. H. L. et al. Potencialidades e fragilidades de implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p. 395-405, fev. 2020. DOI 10.1590/1413-81232020252.11332018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/5GhvcX3KrXxFS5LqsFhpbVP/#. Acesso em: 28 nov. 2023.

HAESER, M. L.; BUCHELE, F.; BRZOZOWSKI, F. S. Considerações sobre a autonomia e a promoção da saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 605-620, 2012. DOI 10.1590/S0103-73312012000200011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/LM8L8QHLSLyn9vkb7gqgb4p/. Acesso em: 27 abr. 2020.

HEIDEMANN, I. T. S. B. et al. Reflexões sobre o itinerário de pesquisa de Paulo Freire: contribuições para a saúde. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 26, n. 4, 2017. DOI 10.1590/0104-07072017000680017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/pdfHS9bS8fqwp5BTcPqL64L/. Acesso em: 25 abr. 2020.

KABAT-ZINN, J. Meditação é mais do que você pensa: descubra o poder e a importância do mindfulness. São Paulo: Planeta, 2019.

KAHL, C. et al. Contributions of the nurse’s clinical practice to Primary Care. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 72, n. 2, p. 371-376, 2019. DOI 10.1590/0034-7167-2018-0348. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/bqzsjhsnzcHsX3Cy37dGbWt/?lang=en. Acesso em: 3 abr. 2022.

LANGE, C. et al. Promoção da autonomia de idosos rurais no envelhecimento ativo. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 71, n. 5, p. 2411-2417, 2018. DOI 10.1590/0034-7167-2017-0570. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 71672018000502411&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 abr. 2020.

MINAYO, M. C. D. S. Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa: Consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa, São Paulo, v. 5, n. 7, p. 1-12, 2017. Disponível em: https://editora.sepq.org.br/index.php/rpq/article/view/82. Acesso em: 25 abr. 2020.

MINAYO, M. C. D. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

PEREIRA, J. G.; OLIVEIRA, M. A. D. C. Autonomia da enfermeira na Atenção Primária: das práticas colaborativas à prática avançada. Acta Paulista de Enfermagem, v. 31, n. 6, p. 627-635, 2018. DOI 10.1590/1982-0194201800086. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/RYqyjz7Xdt6ZrtXT9RhKJ9Q/. Acesso em: 3 abr. 2022.

PETRY, S. et al. Autonomia da enfermagem e sua trajetória na construção de uma profissão. Hist. enferm., Brasília, v. 10, n. 1, p. 66-75, 2019. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1120829. Acesso em: 3 abr. 2022.

ROCHA, G. S. D. A. et al. Sentimentos de prazer no trabalho das enfermeiras na atenção básica. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 72, n. 4, p. 1036-1043, 2019. DOI 10.1590/0034-7167-2018-0518. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/xCwj9D6Z6phdT4zWvKpjPdc/?lang=pt. Acesso em: 3 abr. 2022.

ROSELLÓ, F. T. I. Antropologia do cuidar. Petrópolis: Vozes, 2009.

SILVA FILHO, C. C. D. et al. Da pirâmide para o círculo: em busca de práticas educativas participativas em saúde. In: PRADO, M. L D.; SCHMIDT, K. R. (org.). Paulo Freire: a boniteza de ensinar e aprender na saúde. Florianópolis: NFR/UFSC, 2016. p. 117-129. Disponível em: https://ebooks-saude.sites.ufsc.br/flipbook_PauloFreire/mobile/index.html#p=129. Acesso em: 14 mar. 2024.

SOUZA, J. B. et al. Paulo Freire’s culture circles: contributions to nursing research, teaching, and professional practice. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 74, n. 1, 2021. DOI 10.1590/0034-7167-2019-0626. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/tJ7yxnDCD8cKJb7JYWRX7yk/abstract/?lang=en. Acesso em: 10 dez. 2023.

SOUZA, R. C.; SILVA, L. B. Práticas de atenção plena no ensino superior: relato de experiências no México e no Brasil. Pedagogia em Ação, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p. 115-132, 2018. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/17624. Acesso em: 27 abr. 2020.

TONG, A.; SAINSBURY, P.; CRAIG, J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews and focus groups. Int. J. Qual. Health Care, Oxford, v. 19, n. 6, p. 349-357, 2015. DOI 10.1093/intqhc/mzm042. Disponível em: https://academic.oup.com/intqhc/article/19/6/349/1791966. Acesso em: 15 mar. 2024.

TRENTINI, M.; PAIM, L.; SILVA, D. M. G. V. D. Pesquisa convergente assistencial: delineamento provocador de mudanças nas práticas de saúde. 3 ed. Porto Alegre: Moriá, 2014.

Downloads

Publicado

30-04-2024

Como Citar

DALMOLIN, I. S.; FREITAG, V. L.; HEIDEMANN, I. T. S. B. Mindfulness na atenção primária à saúde: autonomia do enfermeiro na perspectiva de Paulo Freire. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 23, n. 1, p. 208–226, 2024. DOI: 10.14393/REP-2024-70737. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/70737. Acesso em: 11 nov. 2024.