Extensão popular na atualidade dos direitos do povo indígena Gamela na “última fronteira agrícola”, no Piauí
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2022-64725Palavras-chave:
Extensão Popular, Direitos, Povos Indígenas, Gamela, PiauíResumo
No Brasil, os povos indígenas e as comunidades tradicionais enfrentam o desmonte das políticas de demarcação de terras, contexto acelerado pelo Governo Bolsonaro. A extensão popular, baseada no legado de Paulo Freire, vem fortalecendo a auto-organização das comunidades tradicionais na luta pelo território. Este estudo busca responder ao questionamento: como a extensão popular contribui para o fortalecimento da auto-organização do povo indígena Gamela, na comunidade Laranjeiras, do Piauí, quanto à demanda fundiária da etnia junto ao Estado? O lócus da pesquisa é o Projeto Universidade Popular na comunidade tradicional Laranjeiras, no Piauí. A extensão popular se realiza pelo ensino e pela pesquisa, a partir da articulação entre conhecimento acadêmico e popular, protagonizada pelos indígenas Gamela, no Piauí. A extensão popular, segundo Gadotti (2017), articula os sujeitos pela “ação cultural”, e, como defende Freire (1985), o lugar da prática é possibilidade de transformação e construção de um novo conhecimento. A abordagem qualitativa, a investigação-ação participante, com base em Fals-Borda (1981), e a análise dialética qualificam a metodologia de descolonização do conhecimento na luta pelo direito ao território. A extensão popular contribui para a auto-organização da etnia Gamela na luta pela demarcação do território na relação com o Estado, e tem potencializado o agroextrativismo sustentável do buriti e a proteção das nascentes dos brejos e dos recursos hídricos da comunidade.
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