Práticas populares de saúde no cuidado
prevalência de utilização em um distrito do interior do estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2020-53250Palavras-chave:
Terapias complementares, Educação Popular em Saúde, Assistência Integral à Saúde, Participação da comunidadeResumo
As práticas populares de saúde (PPS) são uma forma de manifestação cultural, presentes no cotidiano daqueles que buscam tratamento para além dos conhecimentos biomédicos. Foram introduzidas oficialmente no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS). Entretanto, há carência de diálogo efetivo entre as PPS e as práticas de cuidado biomédicas. O objetivo deste estudo foi levantar a prevalência do uso das PPS em um distrito do interior do estado de São Paulo. Foi realizada amostra estratificada da população do território, de acordo com sexo e faixa etária, aplicado um questionário e realizada análise estatística. Os dados revelaram alto índice no uso de algumas PPS e baixa procura por outras práticas, com diferenças de sexo e idade. Também apresentaram a frequência de uso do serviço de Atenção Básica. Práticas que requerem formação profissional especializada, como Acupuntura e Homeopatia, ainda não estão tão disseminados nesse território, apesar dos investimentos na PNPIC, enquanto benzimento e uso de ervas medicinais apresentam alto índice de uso. A população analisada está familiarizada com PPS e faz uso frequente de pelo menos uma das práticas sugeridas neste estudo.
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