Reflexões sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação de jovens e adultos

Autores

  • Suelen Santos Maurício Universidade do Estado de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2020-52202

Palavras-chave:

Educação de Jovens e Adultos, Diretrizes Curriculares Nacionais, Educação de classe trabalhadora

Resumo

Este artigo pretende desenvolver reflexões acerca das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) a partir da análise deste documento e do diálogo com bibliografias que discutem a educação contemporânea no âmbito da EJA, buscando pensar a educação para a classe trabalhadora no contexto brasileiro. A promulgação das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), assim como as DCN inserem-se em um movimento de Reformas Educacionais, de caráter neoliberal, iniciado na década de 1990 sob influência de organismos multilaterais. Os resultados da análise do documento supracitado indicam um discurso construído na perspectiva do capitalismo mundializado que busca encobrir a realidade social e sustentar o pensamento individualista, competitivo e meritocrático. A EJA aparece nas políticas educacionais como um espaço de qualificação dos sujeitos para inserção no mercado de trabalho e conquista de cidadania, que vem exigindo novas habilidades dos trabalhadores e formação de consumidores na lógica do mercado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suelen Santos Maurício, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutoranda em Educação na Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil; professora substituta no Departamento de Geografia da mesma instituição.

Referências

ALMEIDA, A. EJA: uma educação para o trabalho ou para a classe trabalhadora? Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, Salvador, v. 4, n. 8, 2016. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/educajovenseadultos/article/view/3095. Acesso em: 20 dez. 2019.

ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 77-89, jan./jun. 2002. Doi: 10.1590/S1517-97022002000100005.

APPLE, M. Ideologia e currículo. São Paulo: Brasiliense, 1982.

ARROYO, M. G. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA: itinerário pelo direito a uma vida justa. Petrópolis: Vozes, 2017.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: http://confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/parecer_CNE_CEB_11_2000.pdf. Acesso em: 15 dez. 2019.

CHILANTE, E. F. N. UNESCO e educação de adultos no Brasil. Cadernos de Pesquisa: Pensamento Educacional, Curitiba, v. 5, p. 33-53, 2010.

CHILANTE, E. F. N.; NOMA, A. K. Reparação da dívida social da exclusão: uma função da educação de jovens e adultos no Brasil? Revista HISTEDBR, Campinas, n. Especial, p. 225-237, maio 2009. Doi: 10.20396/rho.v9i33e.8639537.

FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

MARRACH, S. Neoliberalismo e educação. In: GUIRALDELLI JUNIOR, P. Infância, educação e neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996.

MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Porto Alegre: L&PM, 2019,

MÉSZÀROS, I. A educação para além do capital, 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

RUMMERT, S. M. Educar e qualificar: caminhos e descaminhos da educação de jovens e adultos trabalhadores. Perspectiva, Florianópolis, v. 31, n. 2, p. 405-423, maio/ago. 2013. doi. 0.5007/2175-795X.2013v31n2p405.

RUMMERT, S. M.; ALGEBAILE, E. B.; VENTURA, J. Educação da classe trabalhadora brasileira: expressão do desenvolvimento desigual e combinado. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 18, n. 54, p. 717-738, 2013. Doi: 10.1590/S1413-24782013000300011.

SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único a consciência universal. 16. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

TONET, I. Método científico: uma abordagem ontológica. São Paulo: Instituto Lukács, 2013.

VENTURA, J. A EJA e os desafios da formação docente nas licenciaturas. Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade, v. 21, p. 71-82, jan./jun. 2012. Doi: 10.21879/faeeba2358-0194.v21.n37.458.

Downloads

Publicado

01-09-2020

Como Citar

MAURÍCIO, S. S. Reflexões sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação de jovens e adultos. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 19, n. 2, p. 43–63, 2020. DOI: 10.14393/REP-2020-52202. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/52202. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais