Slams e espaços educacionais extraescolares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2020-51674

Palavras-chave:

Slam, Educação, Juventude

Resumo

Partindo da compreensão sobre o papel que uma educação emancipadora pode cumprir para a juventude, ao ter na sua formação os próprios atores sociais envolvidos e atuando de forma crítica, e considerando os limites que a educação formal pode apresentar à formação de jovens estudantes, buscamos neste artigo fazer uma reflexão sobre a atuação dos jovens, em sua maioria moradores das periferias urbanas, que vêm construindo espaços expressivos como as batalhas de poesia conhecidas como slams. Nelas, seus atores veiculam poemas que falam sobre as experiências vividas e que, em geral, dizem respeito a diversas formas de marginalização e opressão a que estão sujeitos por suas origens territoriais ou identitárias. Há nas batalhas uma intenção de promover o debate e conscientização dos sujeitos participantes a respeito de questões sociais, em um modo de aprender sobre si, sobre seu espaço, seus direitos. Apoiamos nossa reflexão em revisão bibliográfica, ilustrando-a com o caso dos Slams das Minas, circuito de batalhas promovidas por jovens mulheres. Consideramos que os slams podem ser pensados como espaços de educação popular, não formal, capazes de contribuir na formação social e humana dos sujeitos que deles participam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Danielle Marcia Hachmann de Lacerda da Gama, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Mestra em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil.

Diogo Linhares Fernandes, Universidade Federal da Bahia

Mestrando em Antropologia na Universidade Federal da Bahia, Brasil.

Referências

CAMBRIDGE DICTIONARY. Disponível em: http://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/slam. Acesso em: 19 nov. 2019.

CAMPOS, B.; TAI, L. Slam das Minas: a revolução feminina através da poesia. I hate flash.net, Rio de Janeiro, maio 2017. Disponível em: https://ihateflash.net/zine/primeiro-slam-das-minas-rio-de-janeiro. Acesso: em 21 nov. 2019.

D’ALVA, R. E. Um microfone na mão e uma ideia na cabeça: o poetry slam entra em cena. Synergies Brésil, França, n. 9, p. 119-126, 2011. Disponível em: https://gerflint.fr/Base/Bresil9/estrela.pdf. Acesso em: 30 mar. 2019.

DAYRELL, J. T. A escola “faz” as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil. Educação e Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, Especial, p. 1.105-1.128, out. 2007. Doi: 10.1590/S0101-73302007000300022.

DAYRELL, J. T. A escola como espaço sócio cultural. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 15, p. 21-29, jun. 1996.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GARCIA, J. Slam Poetry: microfone e poesia. Blog Radio Poesia, Guamaré, 22 out. 2013. Disponível em: http://webradiopoesia.blogspot.com/2013/10/slam-poetry-microfone-e-poesia.html. Acesso em: 20 jul. 2017.

GOMES, N. L. Educação e diversidade cultural: refletindo sobre as diferentes presenças na escola. Revista do Museu Antropológico, Goiânia, v. 3 e 4, n.1, p. 9-17, 2000. Disponível em: https://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2012/01/educa%C3%87%C3%83o-e-diversidade-cultural.pdf. Acesso em: 16 mar. 2020.

HOLLANDA, H. B. Literatura marginal. 2005. Disponível em: http://heloisabuarquedehollanda.com.br/literatura-marginal/. Acesso em: 12 jul. 2018.

LIMA, J. D. O que são slams e como eles estão popularizando a poesia. Nexo Jornal, São Paulo, 20 dez. 2016. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/20/O-que-s%C3%A3o-slams-e-como-eles-est%C3%A3o-popularizando-a-poesia. Acesso em: 24 nov. 2018.

MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

OLIVEIRA, H. Slam das Minas Bahia: poesia negra, periférica e feminina [Entrevista cedida a] REVER On-line, 3 set. 2017. Disponível em: https://reveronline.com/2017/09/03/slam-das-minas-bahia-poesia-negra-periferica-e-feminina/. Acesso em: 13 nov. 2019.

PACELLI, S. Ainda pouco divulgada no Brasil, a poetry slam cresce e conquista público dia a dia. Portal Uai, Belo Horizonte, 13 out. 2015. Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2015/10/13/noticia-e-mais,172835/ainda-pouco-divulgada-no-brasil-a-poetry-slam-cresce-e-conquista-publ.shtml. Acesso em: 5 abr. 2019.

PIRES, E. G. Educação, narrativa e experiência urbana: o aprendizado da cidade. 2012. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

SILVA, P. L. Percursos linguageiros nos processos e experiências de letramento de jovens poetas participantes do slam interescolar. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação e Formação Humana, Universidade do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.

SPARKS, B.; GROCHOWSKI, C. Narratives of youth: cultural critique through spoken word. In: SEMINARIO CIENTIFICO SOBRE LA CALIDAD DE LA EDUCACIÓN. Matanzas, Cuba. 2002. Disponível em: https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED474559.pdf. Acesso em: 15 mar. 2020.

SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

STELLA, M. G. P. A batalha da poesia... O slam da Guilhermina e os campeonatos de poesia falada em São Paulo. Ponto Urbe, São Paulo, n. 17, 2015. Doi: 10.4000/pontourbe.2836.

VIANA, L. Poetry slam na escola: embate de vozes entre tradição e resistência. 2018. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2018.

Downloads

Publicado

01-09-2020

Como Citar

GAMA, D. M. H. de L. da; FERNANDES, D. L. Slams e espaços educacionais extraescolares. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 19, n. 2, p. 109–122, 2020. DOI: 10.14393/REP-2020-51674. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/51674. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais