A dessacralização da terra e a catástrofe ancestral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/w7ytnb58

Palavras-chave:

Discriminação social, Áreas de pobreza, Violência de gênero, Racismo sistêmico

Resumo

Este artigo parte da obra “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, com o objetivo de interpretar as reverberações do que a Antropologia tem chamado de catástrofe ancestral, observando que ao longo da obra elementos característicos da herança da colonização se fazem presentes como a fome, violência de gênero, morte e as frequentes enchentes. O conceito catástrofe ancestral tem alimentado discussões sobre a realidade vivida na contemporaneidade com os eventos climáticos extremos, mas o que buscamos observar é a sua presença no cotidiano às margens do Rio Tietê, a partir da perspectiva de uma autora que denunciou as perversidades de uma sociedade alicerçada nos valores coloniais.

Biografia do Autor

  • Taís Alves Teixeira, Universidade Estadual de Campinas

    Especialista em Gênero e Diversidade na Escola pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), licenciada em História pelo Centro Universitário Metropolitano de São Paulo (2012) e em Geografia pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).  Mestranda pelo programa de pós graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas. 

  • Antônio Bernardes, Universidade Federal Fluminense

    Docente do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Unicamp; Docente do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFSCar; Docente do Departamento de Geografia e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense (UFF), Angra dos Reis. Graduação, Doutorado e estágio Pós-doutoral em Geografia pela UNESP, campus de Presidente Prudente-SP. 

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Publicado

2025-12-19

Edição

Seção

Dossiê Gênero

Como Citar

A dessacralização da terra e a catástrofe ancestral. (2025). Perspectivas Em Psicologia, 28(2), 1-17. https://doi.org/10.14393/w7ytnb58