A dessacralização da terra e a catástrofe ancestral
DOI:
https://doi.org/10.14393/w7ytnb58Palavras-chave:
Discriminação social, Áreas de pobreza, Violência de gênero, Racismo sistêmicoResumo
Este artigo parte da obra “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, com o objetivo de interpretar as reverberações do que a Antropologia tem chamado de catástrofe ancestral, observando que ao longo da obra elementos característicos da herança da colonização se fazem presentes como a fome, violência de gênero, morte e as frequentes enchentes. O conceito catástrofe ancestral tem alimentado discussões sobre a realidade vivida na contemporaneidade com os eventos climáticos extremos, mas o que buscamos observar é a sua presença no cotidiano às margens do Rio Tietê, a partir da perspectiva de uma autora que denunciou as perversidades de uma sociedade alicerçada nos valores coloniais.
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