DizerOUmostrar, em Wittgenstein, e A Tetralogia da Incomunicabilidade, de Antonioni
DOI:
https://doi.org/10.14393/OUV21-v13n2a2017-13Palavras-chave:
Wittgenstein, Antonioni, formas de vida, trilogia da incomunicabilidade.Resumo
Os filmes "A Aventura" (1960), "A Noite" (1961) e "O Eclipse" (1962), de Michelangelo Antonioni, não foram premeditadamente concebidos como uma trilogia, mas, ainda que à revelia do diretor, são comumente agrupados como a "Trilogia da Incomunicabilidade" - a qual alguns críticos ainda incluem "O deserto vermelho" (1964). Analisarei esse (pretenso?) discurso da incomunicabilidade a partir do notório aforismo de L. Wittgenstein com que o filósofo vienense termina seu Tractatus Logico-Philosoficus: "Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar" (TLP §7) e, também, a partir da perspectiva de linguagem da segunda fase de seu pensamento, aquele expresso em suas "Investigações Filosóficas", quando a linguagem passa a ser entendida por Wittgenstein como uma prática humana, como forma de vida. Assim, explorando o paradoxo de se comunicar a incomunicabilidade, este texto não chega a "resultados finais"; antes, abre-se para, pelo menos, dois paradoxos. Por fim, entendemos que tais paradoxos tendem a mostrar que, se é possível comunicar a incomunicabilidade, isso seria menos o triunfo da comunicação e mais um reconhecimento dos limites da linguagem. ABSTRACT Michelangelo Antonioni's "The Adventure" (1960), "The Night" (1961) and "Eclipse" (1962) were not premeditatedly conceived as a trilogy but, despite Antonioni desire, they are commonly grouped as a "trilogy on modernity and its discontents" - which some critics still include "Red Desert" (1964). I will analyze this discourse of modernity / incommunicability from L. Wittgenstein's notorious aphorism with which the Viennese philosopher ends his "Tractatus Logico-Philosoficus": "What we cannot speak about we must pass over in silence" (TLP §7) And also from the perspective of language of the second phase of his thought, expressed in his "Philosophical Investigations", when language comes to be understood by Wittgenstein as a human practice, as a life-form. Thus, exploring the paradox of communicating incommunicability, this text does not reach "final results"; rather, it opens up to, at least, two paradoxes. Finally, we understand that such paradoxes tend to show that, if it is possible to communicate incommunicability, this would be less the triumph of communication and more the recognition of the limits of language. KEYWORDS Wittgenstein, Antonioni, life-form, trilogy on modernity and its discontents.Downloads
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