Filosofia Panecástica de Joseph Jacotot no império brasileiro:
potência no debate da alfabetização.
DOI:
https://doi.org/10.14393/OT2024v26.n.2.72402Palabras clave:
Jacotot, Panecástica, AlfabetizaçãoResumen
O campo da alfabetização no Brasil atravessa eras buscando novidades metodológicas, como se aí residisse o mal ou a solução para os problemas envolvidos nessa área. A escrita deste artigo teve como origem a implementação da Política Nacional de Alfabetização – PNA (Brasil, 2019), enviesada pelo tecnicismo e apesenta a potente Filosofia Panecástica, criada por Joseph Jacotot (1770-1840), que ecoou no Brasil império. Este artigo tem como objetivo promover uma reflexão sobre a premissa da igualdade das inteligências contida nessa Filosofia, que subverte uma ordem explicadora de um professor conteudista e reprodutivista. A partir do diálogo com Rancière (2015), Raisky (2012), Freire (1974, 2000), Kohan (2019), Mortatti (2018), dentre outros, este escrito apresenta fontes históricas que evidenciam a circulação da Filosofia Panecástica no império brasileiro e a potência de seus debates no ensino da língua materna, utilizando como metodologia a análise dessas fontes históricas e o engendramento das discussões atuais referentes ao campo da alfabetização da PNA (Brasil, 2019) e de sua materialização governamental. A análise decorrente desses estudos documentais e de fontes históricas denotam a necessidade de uma prática pedagógica que atenda a formação do homem integral, a partir do estabelecimento de relações entre o texto e seu contexto.
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