Violência de gênero no espaço universitário... É preciso falar, reclamar e enfrentar!!!
DOI:
https://doi.org/10.14393/CEF-v36n2-2023-23Resumen
No tempo presente confrontar os discursos contraditórios de igualdade, autonomia e alteridade existentes nas relações de gênero, no espaço acadêmico é um desafio. Tomei como ponto de partida o “ato de fala” a partir do conceito “figurações de sobrevivência”, que os relatos de Primo Levi (1944), judeu deportado para Auschwitz, em 1944, testemunhou o seu vivido e de um “outro” que não pode narrar. Nesse texto ao debruçar-me sobre as denúncias e narrativas das/dos estudantes frente às situações de assédio e violência física foi possível romper a ideia de uma totalidade, confirmando que os indivíduos são indissociáveis dos laços sociais e ao mesmo tempo resultante de um agrupamento de seus membros, porém sem perder a individualidade de contar, sentir e revelar. A permanência das condições de subalternidade e silenciamento, no caso das mulheres, ainda expõem as relações hierárquicas de gênero, de poder, raça e sexualidade que evidenciam as configurações de si de existências distintas. Nas instituições universitárias mantem-se uma estrutura mecânica, rígida moldada na concepção heteronormativa, racista e LGBTQIA+fóbica afiançadas pelo Estado que deslegitima outras formas de Ser e Existir. A pesquisa sobre Violência de Gênero nos campus universitários nos permite observar as experiências múltiplas e distintas, o “lugar de fala” das sujeitas, sujeitos e sujeites através da oralidade e da memória como metodologia que permite registrar as “reclamações e as “queixas” e rever sentidos e presenças subjetivas em uma perspectiva decolonial.
PALAVRAS-CHAVE: Vivencias femininas; Figurações de Sobrevivência; Violência de Gênero e Universidade.