Ser ou não ser bilíngue: Os posicionamentos subjetivos de uma professora de inglês diante do Outro
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL65-v32n3a2016-16Resumo
As propostas da linguística para categorizar um indivíduo como bilíngue formam um espectro de possibilidades, e para torná-lo ainda mais extenso, uma abordagem psicanalítica nos oferece a possibilidade de tratarmos o tema pelo viés da singularidade, analisando como cada sujeito se inscreve discursivamente como sujeito bilíngue. Visto que me filio, aqui, ao pressuposto de que é no discurso, na relação com o Outro, que esse sujeito irá se constituir, temos que não haverá significantes que se esgotem para defini-lo como bilíngue. O corpus foi formado utilizando a metodologia dos Conversational rounds e a análise dos dizeres foi feita à luz das teorias da significação e dos quatro discursos esquematizadas por Lacan. Apresento alguns dizeres de uma professora a respeito do tema bilinguismo, destacando sua relação com a fala em língua inglesa. Pude observar giros discursivos, mas não constatei nenhum deslocamento subjetivo da professora em relação ao seu posicionamento como sujeito bilíngue, ou em relação à habilidade da fala. O principal resultado dessa pesquisa foi perceber que a definição de um sujeito bilíngue ultrapassa a singularidade de uma possível classificação para cada sujeito, uma vez que a cada giro discursivo o sujeito pode se dizer ou se colocar como sendo ou não bilíngue. Portanto, qualquer tentativa de significar o sujeito será tão evanescente quanto seus posicionamentos nos discursos. Este estudo contribui, assim, para que se considere o impossível na lida com as línguas e o modo singular como cada um lida com sua falta.
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