A recepção da psicanálise no pensamento inicial de Piaget

Conteúdo do artigo principal

Fátima Siqueira Caropreso

Resumo

No começo de sua carreira, Piaget possuía grande interesse pela psicanálise. Ele estudou psicanálise, foi analisado, realizou análises, frequentou congressos de psicanálise, e foi membro da “Sociedade Psicanalítica Suíça”. Em 1919, proferiu uma palestra, em Paris, sobre as tendências pedagógicas da psicanálise. Nela, discutiu pressupostos fundamentais da teoria freudiana, criticou alguns deles, e enfatizou a importância da psicanálise para a psicologia da inteligência e para a pedagogia. Embora existam muitas publicações que discutam as relações entre a teoria piagetiana e a psicanalítica, seus pontos de vista sobre a psicanálise no período inicial de sua carreira ainda não foram sistematicamente abordados nos estudos da área. O objetivo desse artigo é apresentar e discutir os pontos centrais da conferência de 1919, tendo em vista resgatar esse episódio pouco lembrado da história da psicologia e da educação e contribuir para o esclarecimento de como se deu a recepção da psicanálise por parte de Piaget.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Caropreso, F. S. (2024). A recepção da psicanálise no pensamento inicial de Piaget. Cadernos De História Da Educação, 23(Contínua), e2024–01. https://doi.org/10.14393/che-v23-e2024-01
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Fátima Siqueira Caropreso, Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil)

https://orcid.org/0000-0002-8197-1479
http://lattes.cnpq.br/4298835641829762
fatimacaropreso@uol.com.br

Referências

BLEULER, E. (1950). Dementia Praecox or the group of Schizophrenias. New York: International Universities Press. (Trabalho original publicado em 1911).

BRINGUIER, J.C. (1977). Conversations libres avec Jean Piaget. Editions Robert Laffont.

CAROPRESO, F. (2010). Freud e a natureza do psíquico. São Paulo: Anna Blume.

CIFALI, M. (1983). Théodore Flournoy, la découverte de l’inconscient. Le Bloc-notes de La psychanalyse, 3, 111-131.

CIFALI, M. (1984). La femeaux couteaux de Lichtenberg. Le Bloc-notes de La psychanalyse, 4, 171-188.

DAMÁSIO, A.R. (2000). O mistério da consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento de si. Companhia das Letras.

DELAHANTY, G. (2000). Piaget y la atmósfera psicoanalítica de Ginebra. Subjetividad y cultura, 15, 102-107.

FREUD, S. (1915). Lo inconciente. In Sigmund Freud Obras Completas, v. 14, p. 153-214. Buenos Aires: Amorrortu Editores. (Trabalho original publicado em 1914)

FREUD, S. (1986). Letter of Sigmund Freud to Raymond de Saussure, 3 July 1922. Le Bloc notes de la psychanalyse, 6, 191-2.

FREUD, S. (1998). Introducción del narcisismo. In Sigmund Freud Obras Completas, v. 14, p.65-98. Buenos Aires: Amorrortu Editores. (Trabalho original publicado em 1914)

FREUD, S. (1998). La interpretación de los sueños. In Sigmund Freud Obras Completas, v. 5. Buenos Aires: Amorrortu Editores. (Trabalho original publicado em 1900)

HARRIS, P. (1997). Piaget in Paris: From “Autism” to Logic. Human Development, 40(2), 109-123. DOI: https://doi.org/10.1159/000278711

HAYNAL, A.; FALZEDER, E. (2014). Les Suisses. La psychanalyse en Suisse: une histoire agitée, Le Coq-Héron, 218, pp. 11-19. DOI: https://doi.org/10.3917/cohe.218.0011

KERNBERG, O. (2011). The concept of death drive: a clinical perspective. In S. Akhatar & M.K. O´Neil (orgs.). On Freud´s Beyond the pleasure principle (pp. 173-190). Karnac.

PANKSEPP, J. (1998). Affective Neuroscience. Oxford University Press.

PFISTER, O. (1920). Review of Jean Piaget's article 'La psychanalyse dans ces rapports avec la psychologie de l'enfant'. Imago, 6, 294-295.

PIAGET, J. (1918). Recherche. Lausanne: Imprimerie la Concorde.

PIAGET, J. (1920a). La psychanalyse dans ses rapports avec la psychologie de l´enfant. Bulletin mensuel de La Société Alfred Binet, 20(131), 18-34.

PIAGET, J. (1920b). La psychanalyse dans ses rapports avec la psychologie de l´enfant (II). Bulletin mensuel de La Société Alfred Binet, 20(132-133), 41-58.

PIAGET, J. (1923). La pensée symbolique et la pensée de l’enfant. Archives de psychologie 18(72), 273–303.

PIAGET, J. (1954). Les relations entre l’affectivité et l’intelligence dans le dévéloppement de l’enfant. Bulletin de Psychologie, 7, 69-71; 143-150; 522-523. DOI: https://doi.org/10.3406/bupsy.1954.6296

PIAGET, J. (1976). Autobiographie. Revue européenne des sciences sociales, 14, 1-43.

SANTIAGO-DELEFOSSE, M.; DELEFOSSE, J.M. (2002). Spielrein, Piaget and Vygotsky. Three positions on child thought and language. Theory & Psychology, 12(6) 723-747. DOI: https://doi.org/10.1177/0959354302126001

SCHEPELER, E.M. (1993). Jean Piaget’s experiences on the couch: some clues to a mystery. International Journal of Psycho-Analysis, 74, 255-273.

SIMANKE, R. T. & CAROPRESO, F. (2018). Considerações preliminares acerca de um método histórico-conceitual para a pesquisa teórica em psicanálise. In L. Fulgêncio, J. Birman, D. Kupermann & E. L. Cunha (Eds.), Modalidades de pesquisa em psicanálise: métodos e objetivos (pp. 55-68). Editora Zagodoni.

SOUZA, M.T.C.C. (2011). As relações entre afetividade e inteligência do desenvolvimento psicológico. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 27(2), 249-254. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-37722011000200005

VIDAL, F. (1986). Piaget et la psychanalyse: premieres rencontre. Le bloc-notes de la psychanalyse, 6, 171-189.

VIDAL, F. (1994). Piaget Before Piaget. England: Harvard University Press.

VIDAL, F. (2001). Sabina Spielrein, Jean Piaget–going their own ways. Journal of Analytical Psychology, 46(1), 139-153. DOI: https://doi.org/10.1111/1465-5922.00220