A Representatividade Feminina nos cordéis de Maria Ilza Bezerra
uma perspectiva crítico-social
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v21n1-2024-70837Resumo
As mulheres são, cotidianamente, representadas de maneira estereotipada em produções culturais brasileiras, tais como telenovelas, canções, filmes e na literatura. Na literatura de cordel essa representação desvalorizada não é diferente. À vista disso, o seguinte trabalho possui como objetivo evidenciar a representatividade feminina nos cordéis Maria das Tiras (2019) e Nísia Floresta – Entre Lutas e Controvérsias (2022). As obras foram escritas pela professora, escritora e cordelista Maria Ilza Bezerra Sousa, autora piauiense que reside atualmente na cidade de Picos-PI. Elencamos os cordéis apresentados com o intuito de pôr em evidência temáticas com aspectos que se encontram fortemente presentes na atualidade. Além disso, ressaltamos que a cordelista utiliza a literatura de cordel como um ato de liberdade e resistência, lutando fortemente contra o preconceito enraizado ao longo do tempo. Em termos metodológicos, a pesquisa caracteriza-se como análise de conteúdo e adota uma abordagem qualitativa. Para embasar o estudo, levamos em consideração os apontamentos de Jodelet (1989 apud Guareschi, 1996), Jodelet (2001), Moscovici (2004), Lessa (1983), Konder (2009), Silva e Souza (2006), Perrot (2007) e Paulo Freire (2003). Como resultados, constatamos que as problematizações acerca dos cordéis analisados refletem aspectos do preconceito machista e sexista impregnado na sociedade, que atinge toda a comunidade feminina, uma vez que não escolhe idade, nem cor, mas sim gênero. No entanto, as mulheres estão ampliando seus horizontes, destacando-se como símbolo constante de resistência.
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Referências
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