Guimarães Rosa, um crítico-inventor
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v20n1-2023-67689Palavras-chave:
Guimarães Rosa, Ruptura, Modernismo, CríticaResumo
Na última página de La rime et la vie, Meschonnic levanta uma questão que parece ser quintessencialmente rosiana: “Se não há o intempestivo no pensamento, é ele ainda um pensamento?” (1989, p. 361). Para Meschonnic, a resposta é simples: um pensamento que não se faz intempestivo apenas se mantém prête-à-penser a mesma coisa sempre, é o esforço de pensar o já pensado. Por trás dessa indagação, enganosamente simples, insinua-se, segundo o autor, o eixo dramático do pensamento ocidental. E o poeta não tem receio nenhum em dizer que as matrizes desse pensamento se desdobram em duas linhas de força: um pensamento tradicional pautado na busca por uma manutenção da ordem, e um pensamento intempestivo, um pensar-contra, que caracterizaria a modernidade em seus termos. Partindo dessa concepção, queremos mostrar que há na prosa rosiana uma busca em romper com a primeira matriz.
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