O Vício nacional
sátira ao jogo do bicho na primeira Rep´´ublica
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v.17-2020-56361Palavras-chave:
Sátira; Jogo do Bicho; Leandro Gomes de Barros; Primeira República.Resumo
No início dos primeiros anos da República surgiu uma loteria ilícita denominada jogo do bicho. Essa prática foi reprimida pelo Governo brasileiro, não só por representar uma ameaça às loterias federais e consequentemente aos cofres públicos, como também às elites, por não se enquadrar nos modelos que estavam em voga na época, inspirados nos ideais da Belle Époque, que visavam adequar o país a modelos de sociabilidade burgueses, os quais valorizavam o trabalho. Para disseminar na população que o jogo era uma atividade danosa, foram utilizados diversos recursos, como caracterizar o mesmo como um cancro social que deveria ser exterminado. Leandro Gomes de Barros (1865-1918) expressou em seus folhetos uma certa resistência à nova jogatina, indo ao encontro de muitos dos ideais colocados no imaginário coletivo, como os de que o jogo era uma atividade prejudicial e de que não representava um exercício de pessoas que desejavam ganhar a vida honestamente. Para isso, utiliza a sátira e por meio dela critica os jogadores e vendedores da nova modalidade, como acontece nos seus folhetos A Morte do Bicheiro (1912), O homem que vendeu o santo para jogar no bicho (1911) e A ausência dos bichos (1910). Este trabalho objetiva analisar como essa atividade ilícita é representada dentro das narrativas, e como o poeta faz uso da sátira para criticar esse novo jogo presente na sociedade da época. Para fundamentar a nossa pesquisa, utilizamos os trabalhos de Frye (1973), Hansen (1989) entre outros autores.
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