O pensar teórico e empírico em um curso de escrita acadêmica em inglês: por uma relação de agência do indivíduo com a língua

Conteúdo do artigo principal

Marília Mendes Ferreira

Resumo

A educação não tem privilegiado o pensamento teórico, apesar de ser possível proporcioná-lo no ensino escolar, segundo os pressupostos do ensino desenvolvimental. Neste artigo, analizo o desenvolvimento do pensamento teórico de uma aluna (LA) ao resolver um problema em um curso de escrita acadêmica em inglês. O curso foi criado com base no ensino desenvolvimental que objetivou trabalhar o conceito abstrato de língua (língua« contexto social) manifestado em gêneros textuais. Pela análise dos dados, LA mostra sinais dessa forma de pensar, mas ainda vinculada a uma concepção empírica da língua. As regras são aceitas sem questionamentos e desconectadas da sua origem. Concluo que o ensino de línguas não favorece o desenvolvimento do pensamento teórico e, como consequência, o usuário possui menos agência para usar essa importante ferramenta constituinte da sua cognição.


 


 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Ferreira, M. M. (2018). O pensar teórico e empírico em um curso de escrita acadêmica em inglês: por uma relação de agência do indivíduo com a língua . Obutchénie. Revista De Didática E Psicologia Pedagógica, 2(2), 464–489. https://doi.org/10.14393/OBv2n2a2018-8
Seção
Dossiê Didáticas específicas à luz da teoria histórico-cultural

Referências

ACTON, H. B. Dialectical materialism. In:Edwards, P. (Org.), The encyclopedia of philosophy, Vol. 2. New York: The Macmillan Co and the Free Press, 1967. p. 389-397.

AIDAROVA,L. Child development and education. Moscow: Progress Publishers, 1982. BAKHURST, D. Consciousness and revolution in Soviet philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

BAKHTIN, M./VOLOCHINOV. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 8a Ed. São Paulo: Hucitec,1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf. Acesso em:20 dez. 2017.

CARABALLO, B.; ULISES, G. Spinoza: empoderamiento y ética de la composición. Universitas Philosophica, v. 29, n. 58, p.197-215, 2012.

CHAIKLIN, S. A developmental teaching approach to schooling. In: Wells, G.; Claxton, G. Learning for life in the 21stcentury. Oxford: Blackwell, 2002. p.167-180.

DAVYDOV, V. V.. Problems of developmental teaching: the experience of theoretical and experimental psychology research. Soviet Education,v. 30, n. 8, 6-97,1988a.

DAVYDOV, V. V. Problems of developmental teaching: the experience of theoretical and experimental psychological research. Soviet Education, v.30, n.9, 3-83,1988b.

DAVYDOV, V. V. Problems of developmental teaching: the experience of theoretical and experimental psychological research. Soviet Education, v.30, n.10, 3-77,1988c.

DAVYDOV, V. V. What is real learning activity? In: Hedegaard,M. ;Lompscher ,J. (Orgs.), Learning activity and development. Aarhus: Aarhus University Press,1999.p. 123-138.

DAVYDOV, V. V.; MARKOVA, A. K. A concept of educational activity for school children. Soviet Psychology, v. 21, n.2, 50-76,1983.

DANIELS, H.; LAUDER, H.; PORTER, J. Introduction: from Plato to Monday morning. In: Daniels, H.; Lauder, H.; Porter,J. (Orgs). Knowledge, values andeducational policy: a critical perspective. London: Routledge, 2009. p.1-6.

DERRY, J. Vygotsky philosophy and education. Oxford: Wiley Blackwell, 2013.

FERREIRA,M.M.O livro didático importado de inglês e o ensino da escrita. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 50, n.1, 75-95, 2011.

FERREIRA,M.M. A promoção do letramento acadêmico em inglês por meio do ensino desenvolvimental: contribuições da teoria histórico-cultural.2015. 179 p. Tese (Livre-Docência) – Faculdade de Filosofia,Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

FERREIRA,M.M.; PERSIKE, A. As concepções brasileira e anglófona de plágio: um estudo preliminar. Signótica v.30, n.2, 149-181, 2018.

HEDEGAARD, M. Learning and child development: a cultural-historical study. Aarhus: Aarhus University Press,2002.

ILYENKOV, E. V. The dialectics of the abstract and the concrete in Marx's capital.Moscow: Progress,1982.

JOHNSON, K. Second language teacher education: a sociocultural perspective. New York: Routledge, 2009.

KOZULIN, A.Vygotsky ́s psychology: a biography of ideas. New York: Harvester Wheatsheaf,1990.

LIBANEO, J.C . A didática e a aprendizagem do pensar e do aprender: a Teoria Histórico-cultural da Atividade e a contribuição de Vasili Davydov. Revista Brasileira de Educação n.27,5-25, 2004.

LIBANEO, J.C.Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do conhecimento escolar . Cadernos de Pesquisa, v. 46, n.159, 38-62, 2016.

LIBÂNEO, J.C.; SUANNO, M.V.R.; ROSA, S.V.L. Didática e currículo: impactos dos organismos internacionais na escola e no trabalho docente. Goiânia, GO: Espaço Acadêmico, 2016.

LIBÂNEO, J.C.; DA SILVA, S.P. Organismos internacionais e políticas para a educação: repercussões na escola e no processo de ensino-aprendizagem. In: Didática e currículo: impactos dos organismos internacionais na escola e no trabalho docente. Goiânia,GO: Espaço Acadêmico, 2016. p.49-73.

LEONTIEV,A. N. Problems of the development of the mind. Moscow: Progress,1981.

LOMPSCHER, J. Learning activity and its formation. In: Hedegaard, M.; Lompscher, J.(Orgs.).Learning activity and development. Aarhus: Aarhus University Press,1999a. p.139-166.

LOMPSCHER, J.Activity formation as an alternative strategy of instruction. In: Engstrom,Y.; Miettinen,R.; Punamaki ,R. L. (Orgs.). Perspectives on activity theory.Cambridge: Cambridge University Press,1999b. p.264-281.

MARKOVA, A. K. The teaching and mastery of language. White Plains, NY: M. E. Sharpe Inc,1979.

PUENTES, R.V. Didática desenvolvimental da atividade: o sistema Elkonin-Davidov (1958-2015). Obutchéniev.1, n.1, p.20-58,2017.

ROSA, S.V.L.; DOS SANTOS, W.B. Orientações do Banco Mundial para a formação dos professores do Brasil: análise crítica e insurgência. In: Libâneo, J.C.; Suanno, M.V.R.; Rosa, S.V.L. Didática e currículo: impactos dos organismos internacionais na escola e no trabalho docente. Goiânia,GO: Espaço Acadêmico,2016. p.75-93.

STETSENKO, A.; ARIEVITCH,I. Teaching, learning, and development: a post-vygotskian perspective. In: Wells, G.; Claxton, G. Learning for life in the 21stcentury. Oxford: Blackwell, 2002. p.84-96.

SWALES, J. M.; FEAK, C. B. Academic writing for graduate students. Ann Arbor: The University of Michigan Press,2004.

YOUNG, M. What are schools for? In: Daniels, H.; Lauder, H.; Porter,J. Knowledge, values and educational policy: a critical perspective. London: Routledge, 2009. p.10-18.

VYGOTSKY, L. S. The collected works of L. S. Vygotsky: Vol 1. New York: Plenum, 1987.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1996.