A MAIOR IMPORTÂNCIA DE SE ENSINAR-APRENDER GEOGRAFIA NA ESCOLA SEGUNDO PROFESSORES E ESTUDANTES DE GEOGRAFIA
DOI:
https://doi.org/10.14393/REG-v9-2018-77508Keywords:
Componente curricular, Licenciatura, Reforma educacional, Conhecimento geográfico, Ensino médioAbstract
Em uma pesquisa sobre escolhas, expectativas e dificuldades em relação à docência em geografia e seu exercício como opção profissional, procurou-se também saber de estudantes e professores de geografia qual era a importância maior que atribuíam ao ensino-aprendizagem dessa disciplina na escola. Durante o VII Encontro Nacional de Ensino de Geografia: Fala Professor, foram entrevistados 156 sujeitos de doze estados brasileiros, das cinco regiões do país, sendo: 71 estudantes de graduação em Geografia, 54 professores de geografia da educação básica e 31 da educação superior. O objetivo principal desse artigo é apresentar e discutir os resultados da análise das respostas desses sujeitos sobre a importância da Geografia no currículo escolar, o que pode contribuir para a defesa da manutenção da disciplina como componente curricular obrigatório de toda a educação básica diante da ameaça representada, principalmente, pela atual reforma do ensino médio. Pode também contribuir para se discutir as concepções de geografia de professores em formação inicial ou exercendo a docência nas escolas ou universidades. Na análise, procurou-se identificar ideias nucleares ou centrais das respostas de cada grupo de sujeitos, classificando-as e comparando as classes em termos quantitativos e qualitativos. Dentre os resultados apurados, verificou-se que, para a maioria dos sujeitos da pesquisa, a maior importância da Geografia na escola não está relacionada com aspectos específicos do conhecimento geográfico, mas com aspectos gerais da formação na educação básica. Nas respostas dos sujeitos podem-se observar aproximações e identificação com o ideário da geografia crítica. No entanto, indefinição, desconsideração ou desconhecimento da função e contribuição próprias da disciplina na formação do aluno na escola fragiliza sua defesa como componente curricular obrigatório da educação básica.
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