A experiência do “Águas de menino”:
educação de fundo de quintal como pedagogia decolonial
DOI:
https://doi.org/10.14393/REE-v21n22022-65568Palavras-chave:
Capoeira Angola, Educação de fundo de quintal, Arte-educação, Relações étnico-raciais, Cultura Afro-brasileiraResumo
Neste artigo, tratamos das experiências pedagógicas comunitárias desenvolvidas nos anos 2018 e 2019 no projeto “Águas de Menino”, situado na região norte de Goiânia, Goiás. A Capoeira Angola constitui a temática central do projeto, a partir da qual são problematizadas questões étnico-raciais, intergeracionais, de classe e de gênero. “Fundo de quintal” constitui uma metáfora que implica a existência de um espaço físico e simbólico que viabiliza a experiência comunitária por intermédio de processos de compartilhamento de saberes. O projeto vem se concretizando como espaço de afirmação identitária, de politização e de colaboração em que os fundamentos da Capoeira Angola e de outras manifestações afro-brasileiras são vivenciadas numa dimensão popular, em que pensamento, sentimento e ação se interpenetram assentados num contexto de valorização da ancestralidade, da corporeidade, da oralidade, da afetividade, da vivacidade cultural e da justiça sociocognitiva. Com isso, a ação do “Águas de Menino” pode ser compreendida como uma possibilidade de enfrentamento à colonialidade do saber e se instaura como uma proposta de educação de fundo de quintal que atua em uma perspectiva decolonial.
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