O feminismo negro como ferramenta para o desenvolvimento de uma educação antirracista
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-76159Palavras-chave:
Feminismo negro, Educação antirracista, CurrículoResumo
Esta pesquisa objetivou explorar as contribuições do feminismo negro para uma educação antirracista e emancipatória. A metodologia foi qualitativa e exploratória, baseada em uma revisão narrativa. Inicialmente, foram selecionados 40 artigos com as palavras-chave “feminismo negro”, “educação antirracista” e “pedagogia”. Após uma triagem inicial, dez artigos foram escolhidos para leitura completa, e mais um foi adicionado pelas referências, totalizando onze textos. A análise estruturou-se em categorias que discutem: (1) o movimento feminista negro e seu contexto histórico; (2) a violência sexista contra a mulher negra; (3) conceitos sobre o racismo; (4) poder das ativistas nos movimentos feministas e negro: a trajetória de Lélia Gonzalez; (6) o campo educacional como meio reprodutor de racismo; (7) feminismo negro como auxiliador para uma educação antirracista. Os resultados evidenciam que o feminismo negro é uma ferramenta essencial para a construção de uma educação antirracista ao propor a reformulação de currículos eurocentrados, valorizando saberes e vozes negras. Sua incorporação no ambiente escolar contribui para a promoção da representatividade, o enfrentamento das opressões e o reconhecimento da diversidade. Conclui-se que a escola deve ser um espaço de debate e transformação, rompendo “pré-conceitos” para não se tornar um espaço de práticas racistas e de reprodução de opressões.
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