Os sentidos e os significados do cursinho popular

história de vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep-v16n32017-art09

Palavras-chave:

Cursinho popular, Emancipação, História de Vida

Resumo

Neste estudo, objetivou-se compreender como se constituem os significados e sentidos no cursinho popular. A pesquisa foi realizada com uma ex aluna, atual professora e coordenadora de um cursinho popular da Rede Emancipa na Zona Sul de São Paulo. Este estudo qualitativo utilizou-se de duas estratégias metodológicas: história de vida e núcleos de significação, com referencial teórico pautado na psicologia histórico-cultural. O método história de vida possibilitou a ressignificação do que foi narrado por parte da entrevistada, conferindo novo significado ao vivido. A construção dos núcleos de significação foi realizada por meio das etapas pré-indicadores e indicadores, o que possibilitou a aproximação do sentido e significado. A análise demonstra que o cursinho popular tem como zona mais estável de significado e sentido a emancipação dos envolvidos. A elucidação do significado e sentido no cursinho nos possibilita a reflexão de seu efeito na potencialização das aprovações dos alunos no vestibular e também aponta um caminho, diferente do que é praticado hoje, para a educação pública do país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Derik Neves Vieira, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Graduando no curso de Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Iniciou suas pesquisas como bolsista do programa Mackpesquisa, com o estudo de Significado e Sentido da Psicologia Histórico Cultural. Psicologia da Educação e Escolar.

 

Roseli Fernandes Lins Caldas, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Graduada em Psicologia pelo Instituto Unificado Paulista (1979), Especialista em Psicologia Escolar(2002), Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2000) e Doutora em Psicologia pelo Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano da Universidade de São Paulo (2010). Atua como professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie no curso de Psicologia e como professora convidada da Faculdade de teologia Metodista Livre. Sua experiência está voltada para as áreas de Psicologia escolar, Educação e Formação de Professores. Pertence a grupos de pesquisa vinculados ao CNPq, desenvolvendo estudos e pesquisas nas seguintes áreas:processos de escolarização, medicalização da educação, políticas públicas em educação, formação de professores e atuação do psicólogo na educação. Participa do Laboratório Interinstitucional de Estudos e Pesquisas em Psicologia Escolar - LIEPPE, sediado no IP USP.

Referências

AGUIAR, W. M. J.; OZELLA, S. Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Rev. Bras. Estud. Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 236, p. 299-322, dez. 2013. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S2176-66812013000100015.

______. Núcleos de significação como instrumento para apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 26. n. 2, p. 222-245, jun. 2006. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932006000200006.

AGUIAR, W. M. J.; OZELLA, S.; MACHADO, V. C. Núcleos de significação: uma proposta histórico-dialética de apreensão das significações. Cad. Pesquisa [online], São Paulo, v. 45, n. 155, p. 56-75, mar. 2015. doi: http://dx.doi.org/10.1590/198053142818.

ASBAHR, F. S. F. Sentido pessoal, significado social e atividade de estudo: uma revisão teórica. Psicol. Esc. Educ., v. 18, n. 2, p. 265-272, maio-ago. 2014. doi: http://dx.doi.org/10.1590/ 2175-3539/2014/0182744.

______. Sentido pessoal e projeto político pedagógico: análise da atividade pedagógica a partir da psicologia histórico cultural. 2005. 199 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. doi: 10.11606/D.47.2005.tde-24112005-195626.

BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. São Paulo: Porto Editora, 1991. 336 p.

BOSI, E. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 219 p.

CALDAS, R. F. L. Recuperação escolar: discurso oficial e cotidiano educacional um estudo a partir da psicologia escolar. 2010. 264 f. Tese (Doutorado) Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. doi: 10.11606/T.47.2010.tde-15042010-150817.

CASTRO, C. A. Movimento socioespacial de cursinhos alternativos e populares: a luta pelo acesso à universidade no contexto do direito à cidade. 2011. 303 f. Tese (Doutorado) Instituto de Geociência, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2011.

CHAUÍ, M. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, 2001. 119 p.

______. Homenagem a Ecléa Bosi. Psicol. USP, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 15-24, mar. 2008. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/41945/45613>. Acesso em 15 fev. 2017.

D’AVILA, G. T. Acesso ao ensino superior e o projeto de “ser alguém” para vestibulandos de um cursinho popular. Psicol. Soc. [online], Belo Horizonte, v. 23, n. 2, p. 350-358, ago. 2011. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822011000200016.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. 213 p.

______. Educação bancária e educação libertadora. In: PATTO, M. H. S. Introdução à Psicologia Escolar. 3. ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 1997. p. 54-70.

GUIMARÃES, S. Como se faz a indústria do vestibular. São Paulo: Vozes 1984. 78 p.

LEONTIEV, A. Actividad conciencia personalidad. Ciudad de la Habana: Pueblo e Educación, 1981. 183 p.

MEIRA, E. M.; FACCI, M. G. D. (Orgs.). Psicologia histórico-cultural: contribuições para o encontro entre a subjetividade e a educação. São Paulo: Casa Psicólogo, 2007. 248 p.

SAMPAIO, B. et al, Desempenho no vestibular, background familiar e evasão: evidências da UFPE. Econ. Apl., Ribeirão Preto, v. 15, n. 2, p. 287-309, jun. 2011. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-80502011000200006.

SANTOS, I. M. M.; SANTOS, R. S. A etapa de análise no método história de vida: uma experiência de pesquisadores de enfermagem. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 714-719 dez. 2008. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400012.

SILVA, A. P. et al, “Conte-me sua história”: reflexões sobre o método de história de vida. Mosaico: Estudos em Psicologia, v. 1, n.1, p. 25-35, out. 2007. Disponível em: <https://seer.ufmg.br/index.php/mosaico/article/view/4344/3154>. Acesso em: 10 fev. 2017.

VYGOTSKY, L. S. El problema del entorno. In: Fundamentos de la podología: IV Conferencia publicada. Leningrado: Izdanic Instituto, 1935.

______. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 392 p.

WHITAKER, D. C. A. Da “invenção” do vestibular aos cursinhos populares: um desafio para a orientação profissional. Rev. Bras. Orientac. Prof., São Paulo, v. 11, n. 2, p. 289-297, dez. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1679-33902010000200013&script=sci_abstract>. Acesso em: 10 mar. 2017.

Downloads

Publicado

09-01-2018

Como Citar

VIEIRA, D. N.; CALDAS, R. F. L. Os sentidos e os significados do cursinho popular: história de vida. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 16, n. 3, p. 139–155, 2018. DOI: 10.14393/rep-v16n32017-art09. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/38947. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais