Reflexões sobre os saberes populares em saúde das “Marias Marisqueiras” de Icapuí/CE
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2024-72395Palabras clave:
Equipe multidisciplinar, Participação popular, Cultura popular, Educação para saúde comunitária, Mulheres trabalhadorasResumen
A Política Nacional de Educação Popular em Saúde emerge como intervenção eficaz para a ampliação dos campos das práticas populares de saúde. No processo de territorialização, evidenciou-se o coletivo feminino como representação potencial na construção desses saberes. O estudo objetivou retratar os saberes populares em saúde das “Marias marisqueiras”, de Icapuí/Ceará. Trata-se de uma pesquisa social qualitativa de natureza exploratória e descritiva. Constituiu-se como cenário da pesquisa o espaço territorial de uma Equipe de Saúde da Família, e a população foi de 26 marisqueiras. Foram utilizadas técnicas pedagógicas participativas, como roda de cultura, cirandas da vida, corredor do cuidado, poesia, música e cine debate. A riqueza encontrada na terra e no mar demonstram que o processo de cuidado em saúde contempla os saberes populares, possibilitando ações terapêuticas, como as práticas tradicionais em saúde relatadas pelas marisqueiras: garrafadas e sucos utilizados no tratamento da infecção urinária e infecções sexualmente transmissíveis, diminuição dos agravos em relação ao processo de mariscagem. A educação popular em saúde retrata um dispositivo de valorização cultural e estreitamento de vínculo entre os serviços de saúde e a comunidade. As experiências interprofissionais aguçaram a resistência e a luta por uma saúde pública que valoriza os saberes populares.
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