Plantas medicinais em diálogos interculturais na produção de planos de cuidado no SASI-SUS do Xukuru do Ororubá
educação permanente na saúde indígena como estratégia de promoção da atenção diferenciada
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-74025Palavras-chave:
Atenção Diferenciada, Plantas medicinais, Intermedicalidade, Saberes tradicionais, Educação permanente em saúdeResumo
A educação permanente da equipe de saúde indígena é estratégica na promoção da Atenção Diferenciada, especialmente na construção de diálogos interculturais. A experiência do curso demonstra a importância de promover espaços de ensino-aprendizagem compartilhada, do protagonismo dos profissionais de saúde do Sistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS) Xukuru do Ororubá, em busca de produzir mecanismos de assistência adequada aos povos originários, considerando o acervo de seu território, histórias e memórias, corpos e temporalidade. As diversas plantas medicinais são elementos fundamentais no cuidado/cura em conjunto às práticas de reza e à vivência nos terreiros da jurema sagrada. Traçar planos individuais e coletivos foi a alternativa que o grupo encontrou para refletir e induzir outras possíveis práticas intermédicas no território.
Downloads
Referências
BARBOSA, V. F. B.; CABRAL, L. B.; ALEXANDRE, A. C. S. Medicalização e saúde indígena: uma análise do consumo de psicotrópicos pelos índios Xukuru de Cimbres. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, p. 2993-3000, 2019. DOI 10.1590/1413-81232018248.22192017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/6x9CSjh3mgTq5KqLyBhfkrG/. Acesso em: 5 fev. 2025.
BEZERRA, V. F. B.; LOPES, J. C. “Diga ao povo que avance”: biopolítica e medicalização do sofrimento do povo Xukuru do Ororubá. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 3994-4002, 2019. DOI 10.5007/1984-8412.2019v16n3p3994. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/view/1984-8412.2019v16n3p3994. Acesso em: 5 fev. 2025.
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2007.
BRASIL. Anvisa. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Aprovado pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 463, de 27 de janeiro de 2021 e atualizado em 2 de janeiro de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/plantas-medicinais-e-fitoterapicos/arquivos/2022/formulario-de-fitoterapicos-da-farmacopeia-brasileira-2a-edicao.pdf. Acesso em: 1º jun. 2024.
BRASIL. Decreto no 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasília, DF, 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5813.htm. Acesso em: 13 fev. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Documento Orientador. Brasília, DF, 2018. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2018/6cnsi/DOCUMENTO_ORIENTADOR_6a_CNSI.pdf. Acesso em: 2 jun. 2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Tema da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI). Brasília, DF, 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Relatório Situacional do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Pernambuco. Brasília, DF, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/chamamentos-publicos/2023/chamamento-publico-sesai-ms-no-01-2023/anexo-ix-relatorio-situacional-dsei-pernambuco.pdf. Acesso em: 14 jun. 2024.
DIAS-SCOPEL, R. P. A cosmopolítica da gestação, do parto e do pós-parto: autoatenção e medicalização entre os índios Munduruku. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2018.
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2015.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 42. ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Paz & Terra, 2018.
GARNELO, L.; SAMPAIO, S. S.; PONTES, A. L. Atenção diferenciada: a formação técnica de agentes indígenas de saúde do Alto Rio Negro. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2019.
GREENE, S. The shaman’s needle: development, shamanic agency, and intermedicality in Aguaruna Lands, Peru. American Ethnologist, Auckland, v. 25, n. 4, p. 634-658, 1998. DOI 10.1525/ae.1998.25.4.634. Disponível em: https://anthrosource.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1525/ae.1998.25.4.634. Acesso em: 5 fev. 2025.
GUIMARÃES, V. M. B. Política nacional de gestão territorial e ambiental de terras indígenas (PNGATI): a busca pela autonomia ambiental e territorial das terras indígenas no Brasil. Revista Direito Ambiental e Sociedade, Caxias do Sul, v. 4, n. 1, p. 157-177, 2014. Disponível em: https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/direitoambiental/article/view/3689. Acesso em: 5 fev. 2025.
HARAYAMA, R. M. Medicalização da saúde mental indígena: reflexões a partir dos Povos Waiwai. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 8., 2019, João Pessoa. Anais [...] Campinas: Galoá, 2019. Disponível em: https://proceedings.science/8o-cbcshs/trabalhos/medicalizacao-da-saude-mental-indigena-reflexoes-a-partir-dos-povos-waiwai?lang=pt-br. Acesso em: 5 jun. 2024.
LIMA, P. C. Saberes e práticas tradicionais de cura: estudo sobre a transmissão das terapêuticas entre os Kapinawá. 2018. 177 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35690. Acesso em: 13 fev. 2025.
MOTA, S. E. C.; NUNES, M. Por uma atenção diferenciada e menos desigual: o caso do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 11-25, 2018. DOI 10.1590/S0104-12902018170890. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/x4ZcBqZSdQQnZTWJrSThsLH/abstract/?lang=pt. Acesso em: 5 fev. 2025.
NEVES, R. C. M. Itinerário terapêutico, biomedicina e atuação das equipes multidisciplinares de saúde nos índios Xukuru do Ororubá, em Pernambuco e nos Tapuias de Tapará, no Rio Grande do Norte, Brasil. CSOnline - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, Juiz de Fora, n. 33, p. 19-39, 2021. DOI 10.34019/1981-2140.2021.33402. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/csonline/article/view/33402. Acesso em: 5 fev. 2025.
NOVO, M. P. Política e intermedicalidade no Alto Xingu: do modelo à prática de atenção à saúde indígena. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 7, p. 1362-1370, 2011. DOI 10.1590/S0102-311X2011000700011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/sNBmF37DpMxK4FNVzF6Xtzk/. Acesso em: 5 fev. 2025.
PINHEIRO, M. N. De volta para casa: uma etnobiografia de Dona Lica Xukuru. Revista AntHropológicas, Recife, v. 32, n. 2, p. 339-350, 2021. DOI 10.51359/2525-5223.2021.252871. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revistaanthropologicas/article/view/252871. Acesso em: 5 fev. 2025.
SANTOS, A. B. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília: INCTI/UnB, 2015.
SCOPEL, D. et al. Os povos indígenas e a covid-19. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 1-15, 2021. DOI 10.22456/1982-6524.117814. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EspacoAmerindio/article/view/117814. Acesso em: 5 fev. 2025.
SILVA, V.; ANDRADE, L. Xucuru ethnobotany: medicinal plants. Revista Brasileira de Farmácia, São Paulo, v. 79, n. 1, p. 33-36, 1998. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/294302528_Xucuru_ethnobotany_Medicinal_plants. Acesso em: 7 fev. 2025.
SOBRAL, F. B. Por uma atenção diferenciada em saúde indígena. RECIMA21, Jundiaí, v. 3, n. 4, 2022. DOI 10.47820/recima21.v3i4.1369. Disponível em: https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1369. Acesso em: 5 fev. 2025.
VASCONCELOS, E. M. Educação popular e a atenção à saúde da família. 4. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Paulo Henrique de Oliveira Leda, Monica Dias de Souza, Itana Suzart Scher

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam em manter os direitos autorais e conceder à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.