Educação de Jovens e Adultos em Escola do Campo

mulheres negras camponesas, emancipação e resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2024-73978

Palavras-chave:

Educação do Campo, Educação rural, Condições de trabalho, Formação docente

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar os 25 anos de evolução da Educação do Campo no Brasil, destacando as raízes históricas, lutas e conquistas, ao mesmo tempo em que problematiza o lugar que as mulheres negras camponesas ocupam, ou não, na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em salas anexas de uma escola do campo. Trata-se de estudantes, professoras da EJA e integrantes de um grupo de mulheres do cerrado.  O estudo qualitativo foi realizado por meio de levantamento bibliográfico, entrevistas, rodas de conversas e pela vivência de uma das pesquisadoras, que cresceu nesse contexto. Os resultados mostraram docentes da EJA sobrecarregadas, enfrentando uma tripla jornada ao conciliar múltiplas funções escolares com outros trabalhos. Nota-se que ainda há resquícios da Educação Rural, todavia, a Educação do Campo se destaca por preparar para a vida, aliando educação e trabalho. A luta pela Educação do Campo converge com as demandas das mulheres negras camponesas na busca por emancipação, promoção da soberania, segurança alimentar e nutricional e preservação do cerrado. Por fim, a pesquisa sugere a necessidade de políticas públicas, incluindo formação docente que considere a realidade das mulheres negras camponesas, fortalecendo a EJA e a Educação do Campo no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Claudia Campos, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil.

Cynthia Cristina Nascimento, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil; membro do Grupo de Pesquisa em Movimentos Sociais e Educação (GPMSE).

Maria Aparecida Rezende, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil; professora na Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil; membro do Grupo de Pesquisa de Movimentos Sociais em Educação (GPMSE) e do Grupo de Estudos Educação & Merleau-Ponty (GEMPO).

Referências

ARAÚJO, M. B. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e técnicas. 4. ed. São Paulo: Vozes, 2018.

ARROYO, M. Currículo, território em disputa. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

ARROYO, M. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA. Itinerários para o direito a uma vida justa. Petrópolis: Vozes, 2017.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução de Maria João Alveraz, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Portugal: Porto Editora, 1994.

CALDART, R. S. Concepção de educação do campo: um guia de estudo. In: MOLINA, M. C.; MARTINS, M. F. A. (org.). Formação de formadores: reflexões sobre as experiências das licenciaturas em educação do campo no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 81-114.

CALDART, R. S. Educação do campo 25 anos: legado político-pedagógico. Texto de exposição. Piauí, 2023. Disponível em: https://mst.org.br/2023/01/05/educacao-do-campo-25-anos-legado-politico-pedagogico/. Acesso em: 1° jul. 2023.

CALDART, R. S. Função social das escolas do campo e desafios educacionais do nosso tempo. Texto preparado para Aula Inaugural do semestre do curso de Licenciatura em Educação do Campo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Campus Litoral, 2020. Disponível em: https://doceru.com/doc/nnn5x805. Acesso em: 9 jan. 2023.

CONTE, I. I. Aprendizados da luta: mulheres camponesas no Brasil e indígenas no México. Revista de Educação do Vale do Arinos - RELVA, Juara, v. 4, n. 1, p. 37-54, jan.-jun. 2017. DOI 10.30681/relva.v4i1.2256. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/relva/article/view/2256. Acesso em: 24 set. 2024.

FERNANDES, B. M. Os campos da pesquisa em educação do campo: espaço e território como categorias essenciais. In: MOLINA, M. C. (org.). Educação do campo e pesquisa: questões para reflexão. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2006. p. 27-39.

FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. Análises de experiências brasileiras e latino-americanas de educação do campo. Educação & Sociedade, Campinas, v. 38, n. 140, p. 539-544, jul.-set. 2017. DOI 10.1590/ES0101-73302017184413. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/QphHdFfDndQDmT7rygGNxfc/?lang=pt. Acesso em: 24 set. 2024.

FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1981.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2013.

GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: Liber Livro, 2005.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1973.

GONZALES, L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico de 2022. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40098-censo-2022-taxa-de-analfabetismo-cai-de-9-6-para-7-0-em-12-anos-mas-desigualdades-persistem. Acesso em: 29 maio 2024.

MACIEL, J. M. B. M.; CAMACHO, R. S. Entrevista: educação do campo e a produção de conhecimento: avanços, conquistas e desafios com Mônica Castagna Molina. Revista Interdisciplinar em Educação e Territorialidade, Dourados, v. 1, n. 1, p. 270-280, jul.-dez. 2020. DOI 10.30612/riet.v1i1.13322. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/riet/article/view/13322. Acesso em: 24 set. 2024.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

MOLINA, C. M.; SANTOS, C. A.; BRITO, M. M. B. O Pronera e a produção do conhecimento na formação de educadores e nas ciências agrárias: teoria e prática no enfrentamento ao bolsonarismo. Revista Eletrônica de Educação, São Carlos, v. 14, p.1-25, jan.-dez. 2020. DOI 10.14244/198271994539. Disponível em: https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/4539. Acesso em: 24 set. 2024.

PAULA, H. V. C. A Licenciatura em Educação do Campo no Brasil: levantamento do observatório da institucionalização da Licenciatura em Educação do Campo. Revista Educação e Políticas em Debate, Uberlândia, v. 12, n. 1, p. 240-256, jan./abr. 2023. DOI 10.14393/REPOD-v12n1a2023-67544. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistaeducaopoliticas/article/view/67544. Acesso em: 24 set. 2024.

PAULA, H. V, C. Territórios e projetos em disputa na institucionalização dos cursos de licenciatura em educação do campo. 2020. 229 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2020.

RIBEIRO, M. Formação de educadores de jovens e adultos do campo: quase tudo por fazer. Perspectiva, Florianópolis, v. 31, n. 2, p. 479-504, 2013. DOI 10.5007/2175-4795X.2013v31n2p479. Disponível em: https:// periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-4795X.2013v31n2p479. Acesso em: 5 jun. 2024.

RIBEIRO, M. Movimento camponês, trabalho e educação. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

SAFFIOTI, H. Violência de gênero: o lugar da práxis na construção da subjetividade. In: HOLLANDA, H. B. H. (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p 119-137.

SOARES, L. J. G.; PEDROSO, A. P. F. Formação de educadores na educação de jovens e adultos (EJA): alinhavando contextos e tecendo possibilidades. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 32, n. 04, p. 251-268, out.-dez. 2016. DOI 10.1590/0102-4698161277. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/kjw6ycd5qY688cL3Hh6JmKf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 24 set. 2024.

Downloads

Publicado

01-11-2024

Como Citar

CAMPOS, A. C.; NASCIMENTO, C. C.; REZENDE, M. A. Educação de Jovens e Adultos em Escola do Campo: mulheres negras camponesas, emancipação e resistência. Revista de Educação Popular, Uberlândia, n. Edição Especial, p. 124–146, 2024. DOI: 10.14393/REP-2024-73978. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/73978. Acesso em: 22 dez. 2024.