O ensino de filosofia na educação popular
notas a respeito da reforma no ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2023-69147Palavras-chave:
Educação Popular, BNCC, Ensino Filosofia, Novo Ensino MédioResumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura local, a partir das experiências e vivências no curso de educação popular Pré-Universitário Popular Alternativa, acerca dos primeiros impactos da implementação da Base Nacional Comum Curricular (2018) nos currículos do Ensino Médio (EM). Dessa forma, pretende-se realizar uma apresentação crítica do Novo EM no Rio Grande do Sul e da recepção dele por parte da comunidade escolar, focando na experiência de educação popular. Ademais, o artigo embasa-se em uma metodologia de pesquisa pós-crítica cartográfica (Passos; Barros, 2009), que busca fugir das metanarrativas e construir uma leitura a partir das micropolíticas e microrrelações (Silva, 2010). Nesse sentido, utilizamos um questionário com os educandos do Curso Pré-Universitário Popular Alternativa. O apoio em Freire justifica-se, principalmente, pela conceituação de educação popular, pensada como um elemento da resistência do pensamento crítico frente a retrocessos neoliberais, como as supracitadas reformas na área da educação no Brasil. Quanto à especificidade do ensino de Filosofia, busca-se suporte em Cerletti (2009) por conta de sua noção de autonomia a partir do ensino de Filosofia como resultado de uma pedagogia cuja construção é coletiva.
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