Identidade étnica e territorialidade no Colégio Estadual Indígena Dom Jackson Berenguer Prado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep-v19n12020-49572

Palavras-chave:

Territorialidade, Identidade étnica, Educação indígena, População Kaimbé

Resumo

O presente artigo propõe uma análise sobre a presença de características subjetivas, denotadoras de identidade, pertencimento e territorialidade nas atividades pedagógicas, planejadas, elaboradas e executadas por docentes do Colégio Estadual Indígena Dom Jackson Berenguer Prado. Como lastro dessas características, sustenta-se que o currículo sugerido e adotado pelos professores e as dinâmicas de legitimação da identidade indígena, propostas nas suas classes, respondem diretamente pelo diálogo entre as atividades desenvolvidas no cotidiano pedagógico da supracitada instituição escolar e a necessidade da comunidade de legitimar a sua identidade indígena Kaimbé, o seu pertencimento étnico e a sua territorialidade própria. À guisa de identidade metodológica, esta investigação subscreve-se à categoria de estudos de viés etnográfico. Possui um caráter iminentemente descritivo, com análise qualitativa. O recurso utilizado foi, basicamente, o cruzamento crítico das informações, obtidas da apropriação teórica e da observação participante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alfons Heinrich Altmicks, Universidade Católica do Salvador

Doutorando em Educação e Contemporaneidade na Universidade do Estado da Bahia, Brasil; professor RTC na Universidade Católica de Salvador, Bahia, Brasil.

Anayme Aparecida Canton, Universidade do Estado da Bahia

Mestranda em Educação de Jovens e Adultos pela Universidade do Estado da Bahia, Brasil; professora na Faculdade Zacarias de Góes, Bahia, Brasil.

Referências

ANSELMO, M. A. S. Bioma e clima na bacia do Rio Vaza Barris. 2017. 52 f. Monografia (Especialização em Metodologia do Ensino da Biologia) – Faculdade Euclides da Cunha, Bahia. 2017.

ARCANJO, J. A. Toré e identidade étnica: os Pipipã de Kambixurú (Índios da Serra Negra). 2003. 164 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 2003.

APPADURAI, A. Fear of small numbers: an essay on the geography of anger. Durham: Duke University Press, 2006. Doi: 10.1215/9780822387541.

BAHIA. Secretaria de Planejamento. Política territorial do estado da Bahia. 2010. Disponível em: http://www.seplan.ba.gov.br/arquivos/File/politica-territorial/PUBLICACOES_TERRITORIAIS/Historico_da_Politica_Territorial_da_Bahia.pdf Acesso em: 22 mar. 2018.

BATISTA, H. S. Memórias indígenas: novos valores para uma educação etnicorracial. GEPIADDE, Itabaiana, v. 10, p. 28-43, jul.-dez. de 2011.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena. Demografia dos povos indígenas. 2010. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/internet/desai/sistemaSiasiDemografiaIndigena.asp. Acesso em: 14 mar. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena. Dados populacionais de 2013 das etnias cadastradas no SIASI, por distrito sanitário especial indígena. 2013a. Disponível em: http://dw.saude.gov.br/gsid/servlet/mstrWeb?src=mstrWeb.2048001&evt=2048001&share=1&hiddensections=header%2Cpath%2CdockLeft%2Cfooter&visMode=0&currentViewMedia=2&documentID=5DECC34E11E3629D00000080EF2535D4&Server=SRVBIPDF03&Port=

&Project=DMSIASI_4&. Acesso em: 25 mar. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Cartografia 2013. 2013b. Disponível em: http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/cartografia_dsei_ba_vf_2.pdf. Acesso em: 25 mar. 2018.

BRASIL. Ministério Público Federal. Ação civil pública com pedido de decisão liminar em desfavor da FUNAI – Fundação Nacional do Índio. Paulo Afonso: 2013 [mimeo].

CANTON, A. A. A escola como espaço de afirmação da identidade Kaimbé: o recorte feminino. Revista Olhares Docentes, Euclides da Cunha, v. 2, n. 2, p. 124-145, jun./dez., 2018.

CÔRTES, C. N. Pesquisa território Kaimbé no semiárido baiano e sustentabilidade. Salvador: FAPESB, 2010.

GONÇALVES, B. S. Nem Tupi, nem Tapuia: a busca pela indianeidade brasileira. In: MARTINS, H. V. et al. (org.). Intersecções em psicologia social: raça/etnia, gênero, sexualidades, v. 7. Florianópolis: ABRAPSO; Edições do Bosque, 2015. p. 32-52.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, v. 5. Rio de Janeiro: IBGE, 1960.

LINDOSO, D. Lições de etnologia geral: introdução ao estudo dos seus princípios, seguido de dois estudos de etnologia brasileira. Maceió: EDUFAL, 2008.

MATTOS, C. L. G. Estudos etnográficos da educação: uma revisão de tendências no Brasil. In: MATTOS, C. L. G.; CASTRO, P. A. (org.). Etnografia e educação: conceitos e usos. Campina Grande: EDUEPB, 2011. p. 25-45. Doi: 10.7476/9788578791902.

MEADER, R. E. Índios do nordeste: levantamento sobre os remanescentes tribais do Nordeste brasileiro. Cuiabá: SLI, 1976.

OLIVEIRA, J. P. Atlas das terras indígenas no Brasil. Rio de Janeiro: PETI, 1993.

OLIVEIRA, J. P. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 47-77, abr. 1998. Doi: 10.1590/S0104-93131998000100003.

OLIVEIRA, J. P. A viagem de volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no nordeste indígena. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1999.

POVOS INDÍGENAS. Educação: inaugurada a reforma da escola indígena em Euclides da Cunha. 2018. Disponível em: http://www.povosindigenas.blog.br/v1/2018/08/26/educacao-inaugurada-a-reforma-da-escola-estadual-indigena-em-euclides-da-cunha/. Acesso em: 15 ago 2018.

QUEIROZ, C. M. Brincadeiras no território indígena Kaimbé. 2012. 202 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2012.

REESINK, E. B. A questão do território dos Kaimbé de Massacará: um levantamento histórico. Gente, Salvador, v. 1, n. 1, p. 125-137, jun./dez. 1984.

REESINK, E. B. Índio ou caboclo: notas sobre a identidade étnica dos índios do Nordeste. Salvador: Universitas. 1983.

REESINK, E. B. Olhos miúdos e olhos graúdos em Massacará: a ideologia étnica. Revista Anthropológicas, Recife, Ano 21, v. 28, n. 2, p. 6-26, 2017.

REESINK, E. B.; MCCALLUM, C.; RESTREPO, E. Apresentação do Dossiê Racismo no Plural nas Américas: povos indígenas e afro-indígenas. Revista Anthropológicas, Recife, Ano 21, v. 28, n. 2, p. 1-5, 2017.

SCANDIUZZI, P. P. Educação indígena versus educação escolar indígena: uma relação etnocida em uma pesquisa etnomatemática. São Paulo: Editora da UNESP, 2009.

SILVA, A. L.; FERREIRA, M. K. L. Práticas pedagógicas na escola indígena. São Paulo: Global, 2001.

SOUSA, R. De araque. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/de-araque.htm. Acesso em: 20 nov. 2018.

SOUZA, B. S. Fazendo a diferença: um estudo da etnicidade entre os Kaimbé do Massacará. Salvador/BA. 1996. 164 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 1996.

Downloads

Publicado

13-03-2020

Como Citar

ALTMICKS, A. H.; CANTON, A. A. Identidade étnica e territorialidade no Colégio Estadual Indígena Dom Jackson Berenguer Prado. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 19, n. 1, p. 64–81, 2020. DOI: 10.14393/rep-v19n12020-49572. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/49572. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais