Notas sobre a formação de universitários e povos de terreiro
experiências com educação popular em saúde em Juazeiro do Norte, Ceará
DOI:
https://doi.org/10.14393/rep-v17n32018-rel02Palavras-chave:
Educação Popular, Extensão, Terreiro, EmancipaçãoResumo
Este texto traz uma discussão reflexiva de vivências com ações afirmativas a partir do projeto de extensão "Encontros e encantos: educação popular e saúde com povos de terreiros de matriz africana em Juazeiro do Norte-CE". O trabalho visa discutir a experiência de um projeto de extensão na formação de profissionais e povos de terreiro com base na educação popular. Foi articulado o debate de formação em saúde com vista às demandas particulares dos povos de terreiros de Juazeiro do Norte, tomando como cunho metodológico as cartilhas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) que fazem referência a essa discussão temática. Problematizamos a necessidade de reestruturação político-pedagógica da formação no campo das ciências humanas e saúde, tendo em vista que ainda existe o empobrecimento de debates que aplaquem as demandas reais dos terreiros de candomblé e uma produção tendenciosa do conhecimento acerca do saber localizado, marcada pelo branqueamento e a colonização do saber. Portanto, os atores envolvidos nos processos educativos são transformados pela interação dos seus elementos comuns e particulares. Por meio da extensão foi possível pensar uma prática profissional implicada com discussões éticas, humanas e socioculturais que atravessam a subjetividade, apontando a emancipação e descolonização do saber universitário.
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