Uma experiência de educação popular e seus diálogos com a Lei 10.639/2003: "Limpeza total: UFF, EJA e trabalhadores terceirizados"
DOI:
https://doi.org/10.14393/rep-v15n12016-rel02Palavras-chave:
Educação Popular. EJA. Trabalhadores Terceirizados. Extensionismo.Resumo
O artigo apresenta alguns resultados de uma experiência extensionista em educação popular. O projeto de extensão em foco foi construído a partir de debates travados entre professores, ativistas sociais, graduandos e auxiliares de serviços gerais reunidos no campus do Gragoatá da Universidade Federal Fluminense. O escopo dessa iniciativa está alicerçado em três objetivos político-pedagógicos: buscar alternativas de escolarização para os trabalhadores terceirizados; permitir que graduandos de Pedagogia e licenciandos de diversas especialidades exercitem práticas docentes na educação de jovens e adultos; e atrelar nossa iniciativa extensionista de educação popular à lei 10.639/2003, que prevê o ensino de história da Ãfrica e das culturas afro-brasileiras nas escolas das redes pública e privada. Sem querer oferecer soluções prontas e acabadas, este texto relata os fazeres e refazeres de uma atividade que se pensa como uma espécie de laboratório social, assumindo com isto todos os riscos da inovação, da experimentação, do ensaio e do erro. Tais relatos podem servir de insumo e elemento comparativo para outras iniciativas similares.
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