Psicopatologia e desmedicalização da existência
Possibilidades fenomenológicas para a compreensão da saúde na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.14393/PPv24n2a2020-58341Palabras clave:
Psicopatologia, Medicalização, FenomenologiaResumen
O artigo implementa um olhar crítico sobre o fenômeno contemporâneo psicopatológico que associa o sofrimento psíquico ao processo medicalizante que chamaremos aqui de medicalização da existência. Com uma literatura de base histórico-crítica e fenomenológica intentamos clarificar tal fenômeno apontando o primado do paradigma organicista na psicopatologia contemporânea sustentado pelos Manuais Psicopatológicos alinhados com uma tecnificação que prima pelo resultado rápido dos desatinos existenciais através da medicalização em detrimento dos processos históricos-existenciais. Mediante a revisão de literatura propõem-se refletir, no primeiro momento, acerca da iatrogênese clínica e dos enunciados políticos e econômicos travestidos de cientificidade enquanto eixo epistemológico crítico para uma classificação biologizante da saúde. Em seguida, tendo como parâmetro a psicopatologia inserir os múltiplos olhares sobre o fenômeno demonstrando o caráter multidimensional do adoecimento. Neste sentido, pensadores de base fenomenológica e de cunho histórico-crítico nos guiarão para compreendermos o imperativo da tecnocracia nos modos primordiais de compreensão do binômio saúde-doença e finalizaremos sublinhando o caráter de existencialidade do humano nos sentidos cotidianos enquanto ser sofrente fundamentalmente para os profissionais que lidam com o sofrimento humano.
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