A parábola como recurso formal: um estudo sobre o mito de Joana D'arc em Paul Claudel e Bertolt Brecht
DOI:
https://doi.org/10.14393/OUV13-v10n1a2014-10Keywords:
Parábola, dramaturgia, convençãoAbstract
O mito criado a partir da história da francesa Joana d'Arc exerceu grande fascínio em diversos autores de teatro, e sua história tem sido recontada e representada até os dias de hoje. Alguns autores construíram caminhos alternativos para a sua criação dramatúrgica que foram além da perspectiva histórica e realizaram verdadeiras "adaptações" para locais, épocas e linguagens diferentes, percorrendo variadas formas de trabalhar o arquétipo da virgem francesa. Esta forma de contar uma história nos remete à ideia de construção dramatúrgica através da parábola, em que uma ou várias mensagens são superpostas de maneira oculta dentro da narrativa principal. Brecht e Claudel criam imagens que são capazes de compor os sentidos possíveis que possam ser dados a este mito, lançando um olhar sobre o passado, porém considerando sempre o panorama atual. Os autores procuraram captar os conteúdos ideológicos e ontológicos que se encontravam além da perspectiva histórica e mitológica. Quando os próprios autores se permitem lidar livremente com a história, trazendo para o tempo presente um evento passado, possibilitam que haja uma reciclagem neste evento e consequentemente este passado vem à tona, ainda que carregado de criações não verídicas. Desta forma o passado não desaparece, ao contrário, ganha vida e força. Dependendo do que se escreve e da forma como se escreve, é possível se estabelecer pontes com o presente, ainda que se esteja lidando com um fato histórico. ABSTRACT The myth created from the history of French Joan of Arc exerted great fascination on many playwriters and her story has been retold and played up to nowadays. Some authors developed alternative ways to create their plays that went beyond the historical perspective, making adjustments for different locations, ages and languages, covering various forms of working the archetype of the French virgin. This form of storytelling brings us to the idea of dramaturgic construction using the parable, in which one or more messages are superposed in a hidden way within the main narrative. Brecht and Claudel create images able to compose the possible directions that can be given to this myth, casting a glance at the past but always considering the current situation. The authors try to capture the ideological and ontological contents that stayed beyond the historical and mythological perspective. When the authors allow themselves to deal freely with history, bringing to the present time a past event, they allow the recycling of this event and therefore this past comes to light even though it may be full of untruthful creations. Therefore the past does not disappear, but instead it comes to life and strength. Depending on what it is written and how it is written, it is possible to build bridges to the present, even if one is dealing with a historical fact. KEYWORDS Parable, dramaturgy, convention.Downloads
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