Proust e Boltanski
a obsessão pelas coisa
DOI:
https://doi.org/10.14393/OUV-v15n2a2019-48977Palavras-chave:
Marcel Proust, Christian Boltanski, objetos, memória, imagemResumo
Com frequência Christian Boltanski cita Marcel Proust em suas entrevistas. E, como o próprio Proust, também Boltanski está à procura obsessiva de respostas sobre questões fundamentais da índole humana: como e por que descrever a morte? Ela pode ser aceita fora do parâmetro artístico? O que implica o distanciamento de coisas e seres queridos? Que mudança acontece na frente da ausência? Por que, para restituir vida (se assim pode-se dizer) é necessário um trabalho sobre a memória? A memória permite reconstituir o objeto de amor ou é uma ilusão estética? Porém, enquanto Proust tenta resolver a obsessão pela memória numa fulguração epifânica em que se reúne e se condensa todo o tempo perdido, em Boltanski manifesta-se a consciência de uma divisão entre o eu e a realidade e, especialmente, a impossibilidade de que um Ideal possa preencher o vazio criado pelo sujeito. Boltanski acredita ainda na função redentora (no sentido psicanalítico) da Arte. Os objetos e a memória a eles ligada reescrevem a “Recherche” proustiana em um arquivo antropológico que tenta lançar luz sobre zonas obscuras do Eu.
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