DASSANTA

Resumo

O texto DASSANTA foi escrito por Solange Dias em 1997 dentro do "Núcleo dos 10", grupo de dramaturgos coordenado por Luis Alberto de Abreu ·, tendo como inspiração o sertão cantado e contado pelo compositor e músico baiano Elomar Figueira Melo. DASSANTA traz Olivério, um velho cego contador, que vagueia pelo sertão vivendo das histórias que conta nas feiras populares. No formato de uma história dentro da outra, Olivério conta a vida de Dassanta, uma bela mulher que vive sozinha em um sertão mítico e que carrega a maldição de trazer a morte aos homens que se apaixonam por ela. Em uma Festa de Bois, dois vaqueiros, Antenoro e Bragadá, disputam o amor de Dassanta. Em 1999, foi realizada uma Leitura Dramática dirigida pela autora no Teatro Baeta Neves, a convite Departamento de Cultura de São Bernardo do Campo. Em 2007, o texto é premiado com o 1o. Lugar no Concurso de Dramaturgia Feminina do Núcleo 184 de Teatro, coordenado por Dulce Muniz. Em 2010, inicia-se o processo de montagem do texto pelo Teatro da Conspiração, como parte das comemorações de 10 anos de existência do grupo. O espetáculo é apresentado nas cidades de Santo André e São Bernardo, além de uma participação na IV Mostra Artes Cênicas Opereta de Poá. Nessa montagem a fala poética e o rigor estético para com o trabalho de interpretação dos atores, foram a base de pesquisa que o grupo desenvolveu para abordar a aridez do sertão com seus códigos de honra e conduta. Buscou-se um sertão enquanto espaço afetivo que, como diz Guimarães Rosa, "está dentro de todos nós", em um cenário em que menestréis medievais assumem formas de cegos cantadores, vaqueiros se confunde com cavaleiros e imagens de princesas e donzelas se fundem com pastoras e sertanejas, fazendo com que a linha entre o erudito e o popular deixe de existir.