The audacity to tell oneself

representations and meanings in the construction of gender violence

Authors

  • Cláudia Guerra UFU

DOI:

https://doi.org/10.14393/CEF-v38n1-2025-16

Keywords:

Gender Violence. Social Representations. Symbolic Power. Intimacy. Subjectivities.

Abstract

The article presents a thorough and interdisciplinary analysis of representations of gender, power and domestic violence, based on interviews with people served by support institutions in Uberlândia-MG. The author examines the multiple dimensions of gender violence: symbolic, affective, patrimonial and structural. The text highlights how certain narratives, representations and learning contribute to the maintenance of spiral cycles of violence — tension, aggression and reconciliation — and highlights the historical, cultural and subjective impacts of these experiences. Based on the theories of authors such as Scott, Saffioti, Foucault, Chauí, among others, the analysis articulates gender, microsocial elements with power structures and institutionalized silencing and points to education for equality as a possibility of confronting violence.

Author Biography

  • Cláudia Guerra, UFU

    Doutora em História (UFU) e Mestre em História (USP-SP), com tema Violência Conjugal; professora em graduação e pós; cofundadora e pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Masculinos e Femininos/UFU (desde 1992); cofundadora e voluntária da ONG SOS Mulher e Família (desde 1997), hoje SOS Mulheres e do Conselho Municipal de Direitos das Mulheres (desde 1998); implantou e foi gestora da Divisão dos Direitos das Mulheres e Políticas de Gênero e da Casa Abrigo Travessia para mulheres e filhos(as) em risco pela violência doméstica, da Prefeitura de Uberlândia (2001-2002); oficineira com mulheres e LGBT+ privados(as) de liberdade da Penitenciária Pimenta da Veiga (desde 2018); Promotora Legal Popular (desde 2022); voluntária do Elas em Movimento (desde 2024); Mulheres do Brasil (desde 2025); ASSUS (desde 2025); apresentadora dos quadros Mulheres em Movimento/Rádio Universitária e Mulheridades/CBL canal do Youtube (desde 2025); Vereadora/Uberlândia (2021-2024), implementou e foi a 1ª Procuradora da Mulher da Câmara Municipal e criou a Comissão Permanente da Diversidade; suplente de Deputado Estadual (2023-2026); esposa e mãe.

References

ALMEIDA, Suely de Souza. Violência e Direitos Humanos no Brasil. Revista Praia Vermelha nº 11. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

______. (org.). Violência de gênero e políticas públicas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.

AMARO, Rogério. Violência Conjugal e Relações de Gênero. São Paulo: Cortez, 2006.

BAPTISTA, Geovana. Violência contra a mulher: uma espiral silenciosa. Curitiba: Appris, 2012.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

CHAUÍ, Marilena. Participação e violência. São Paulo: Brasiliense, 1985.

COSTA, Cláudia L. O leito de procusto: gênero, linguagem e as teorias feministas. Cadernos Pagu (2): 141-74, Núcleo de Estudos de Gênero/IFCH, Campinas: Unicamp, 1994.

COSTA, Jurandir Freire. Violência e psicanálise. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

______. Sem fraude nem favor: estudos sobre o amor romântico. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.

DELGADO, J. A. Estatuto da mulher casada: efeito da lei 4.121/62. Juiz Federal, Prof. Assistente da UFRGN, 1995.

D’OLIVEIRA, A. F. P. L.; SCHRAIBER, L. B.; FRANÇA-JÚNIOR, I.; LUDEMIR, A. B.; PORTELLA, A. P.; DINIZ, C. S. G.; COUTO, M. T.; VALENÇA, O. Violência contra a mulher em serviços de saúde: a ponta do iceberg. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 2, p. 200-209, 2009.

EVARISTO, Conceição. Escrevivência: escrita de si e do outro. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

FLAX, Jane. Pós-modernismo e identidade de gênero. In: Nicholson, L. (org.). Feminismo/ Pós-modernismo. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.

FRAGA, P. D. Violência: forma de dilaceramento do ser social. In: Serviço Social e Sociedade, n° 70, Ano XXIII, São Paulo: Cortez, 2002. ,

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2004.

GREGORI, Maria Filomena. Cenas e queixas: um estudo sobre relações entre gêneros, violência e sexualidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

GUERRA, Cláudia C. Jogos de Poder e metAMORfoses: representações sociais de violências de gênero na esfera conjugal em Uberlândia-MG (1997–2017). 2018. 420 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/21423

LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. HOLLANDA, H.B. de (Org.). Tendências e impasses - o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

LIMA, Cássia; SOUZA, Márcia. A categoria patriarcado e suas contribuições para o debate de gênero e interseccionalidades. In: COLLING, Leandro; TEDESCHI, Silvia (orgs.). Gênero, sexualidade e interseccionalidade. Salvador: EDUFBA, 2015.

MANDELBAUM, Belinda; SCHRAIBER, Lilia Blima; D’OLIVEIRA, Ana Flávia. A construção social da violência conjugal. Psicologia USP, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 266-275, 2016.

MELO, Hildete. Violência de gênero e feminismo: desafios da contemporaneidade. In: RIBEIRO, Ana Clara Torres (org.). Gênero, feminismo e masculinidades. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2003.

MUNIZ, C.; SANT’ANNA, I. Gênero e escolarização: o modelo da boa menina e do bom menino. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 140, p. 69-90, 2010.

PAOLI, M. Célia. As ciências sociais, os movimentos sociais e a questão de gênero. Cadernos Cebrap (31): 107-20, out., 1991.

______. As ciências sociais e a questão do gênero no contexto da cultura contemporânea. Anpocs/14o-Encontro anual, 1990.

PASSERINI, Luisa. Memórias entre história e psicanálise. São Paulo: Edusc, 2011.

PUGA, Maria da Glória de Oliveira. A Educação de meninas na Escola Técnica de Uberlândia (1962–1972): entre a tradição e a modernidade. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 41, n. 3, p. 525-541, jul./set. 2015.

RECHTMAN, M. y PHEBO, L. Pequena história da subordinação da mulher: as raízes da violência de gênero. Rio de Janeiro. 2001.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Violência de Gênero: poder e impotência. São Paulo: Moderna, 1985.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul./dez. 1990.

SCOTT, Joan. A experiência da invisibilidade. In: HOLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Escritos de mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

SILVA, Ma. Escolástica A. Mulher substantivo masculino. Campinas, 1988. Tese (Doutorado). IFCH/UNICAMP.

SILVA, Luís A. M. da. Gênero: um tema e/ou um conceito? XVI Reunião anual/Anpocs. IFCS/UFRJ e IUERI. Caxambu, out., 1990.

SILVA, Marlise V. Violência contra a mulher: quem mete a colher? São Paulo: Cortez, 1992.

______. Conjugalidade e violência: retratos em multicolor. Tese de doutorado em ciências sociais PUC. São Paulo, 1999.

TILLY, Louise A. Debate - Gênero, história das mulheres e história social. Cadernos Pagu (3): 29-62, Núcleo de Estudos de Gênero/IFCH, Campinas: Unicamp, 1994.

VARIKAS, Eleni. Debate - A propósito do desacordo Tilly–Scott. Cadernos Pagu (3): 63-84, Núcleo de Estudos de Gênero/IFCH, Campinas: Unicamp, 1994.

WILLIANS, Raymond. Base e superestrutura na teoria da cultura marxista. Meios de comunicação como meios de produção. In: Cultura e Materialismo. Trad. André Glaser. São Paulo: Editora UNESP, 2011, p.43-86.

Published

2025-10-17

Issue

Section

Violências, estereótipos e educação como enfrentamento

How to Cite

The audacity to tell oneself: representations and meanings in the construction of gender violence. (2025). Caderno Espaço Feminino, 38(1), 275-327. https://doi.org/10.14393/CEF-v38n1-2025-16