Trajetos espirais, demonizantes e de exílio

A Lilith forasteira de Octavia E. Butler

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v-2023-13

Palavras-chave:

Lilith, Mito, Mulher, Octavia E Butler, Trânsito

Resumo

Octavia Butler escreve a obra Dawn (1987), primeiro livro da trilogia Lilith’s Brood (1989), no qual revisita o mito lilithiano em contexto de ficção científica por meio da construção da personagem Lilith Iyapo. À semelhança do mito, a personagem sofre com relação às questões do corpo, da sexualidade e do exílio. Assim, sendo este trabalho um recorte de minha dissertação de mestrado, meu objetivo aqui é investigar este último aspecto, observando os trajetos realizados pela personagem em paralelo com o mito lilithiano. Para isso, farei alusão ao mito da Grande Deusa Mãe (BARING; CASHFORD, 1993), ao mito de Lilith (COLONNA, 1980; PATAI, 1990; PIRES, 2008) e à questão da sua perpétua condição de forasteira com seus trânsitos espiralados, demoníacos e exilantes. Conclui-se que a revisitação do mito proposta por Octavia E. Butler questiona os modelos do feminino divinizantes e demonizantes de modo a construir uma personagem em trânsito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Danielly Cristina Pereira Vieira, Universidade Federal de Pernambuco

Mestra em Teoria da Literatura e doutoranda em Estudos Literários no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco, no qual é bolsista CNPq

Referências

BARING, Anne; CASHFORD, Jules. The myth of the goddess: Evolution of an image. London: Peguim Books Ltd, 1993.

BUTLER, Octavia. E. Dawn. New York: Grand Central Publishing, 2000 [1987].

BUTLER, Octavia. E. Adulthood Rites. New York: Grand Central Publishing, 2000 [1988].

BUTLER, Octavia. E. Imago. New York: Grand Central Publishing, 2000 [1989]

COLONNA, Maria Teresa. Lilith or the Black Moon. Journal of Analytical Psychology, v 25, p. 325-350, 1980. https://doi.org/10.1111/j.1465-5922.1980.00325.x

GAINES, Janet Howe. Lilith: Seductress, heroine or murderer? Bible Review, v 17, n 5, p. 12-20, 2001.

ILIE, Paul. Literatura y exilio interior. Madrid: Fundamentos, 1981.

JAFFÉ, Aniela. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, Carl G. (org.). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

KOLTUV, Barbara Black. O Livro de Lilith, o resgate do lado sombrio do feminino universal. São Paulo: Cultrix, 1986.

PATAI, Rapahel. O mito e o homem moderno. São Paulo: Editora Cultrix. 1972

PATAI, Raphael. The Hebrew goddess. Detroit: Wyane State University Press, 1990.

PIRES, Valéria Fabrizi. Lilith e Eva: imagens arquetípicas da mulher na atualidade. São Paulo: Summus editorial, 2008.

SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio. In: SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 46-60.

VIEIRA, Danielly. A Lilith Saramaguiana: representação do feminino em Caim. Revista Entrelaces, v 1, n 14, p. 239-258, 2018.

Downloads

Publicado

2023-10-01

Como Citar

VIEIRA, D. C. P. Trajetos espirais, demonizantes e de exílio: A Lilith forasteira de Octavia E. Butler. Letras & Letras, Uberlândia, v. 39, n. único, p. e3913 | p. 1–15, 2023. DOI: 10.14393/LL63-v-2023-13. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/69458. Acesso em: 21 nov. 2024.