Leitura e escrita no governo de homens e coisas. Província de São Paulo - Século XIX
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Resumo
O artigo apresenta considerações preliminares de investigação sobre os usos da leitura e da escrita pelo Estado a partir de estudo que mapeou o desenvolvimento de práticas educativas disseminadas na Província de São Paulo entre 1836-1880. Privilegiando como fonte e objeto de estudo os relatórios dos presidentes da Província de São Paulo e com base na história cultural, mais especificamente nos escritos de Roger Chartier, apresentamos aspectos que apontam para os usos da leitura e da escrita como imprescindíveis no governo de homens e coisas. A partir da descrição de três eventos: a formação da estatística da província durante o período, a introdução do inquérito policial pela Reforma Judiciária de 1871 e o uso da leitura e da escrita na regeneração moral de sentenciados, demonstramos haver solo fértil para aprofundar o exame da escrita do Estado e considerarmos tal hipótese em investigações futuras.
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Referências
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Fontes
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