Ginzburg na oficina do historiador da educação: algumas considerações metodológicas

Conteúdo do artigo principal

Thiago Borges de Aguiar
Paula Leonardi
Fernando Antonio Peres

Resumo

Neste artigo, refletimos sobre os procedimentos metodológicos empregados pelo historiador italiano Carlo Ginzburg em sua obra, apontando para como esses procedimentos podem ser usados em nossas pesquisas na área de história da educação. Partimos de dois artigos que trataram do paradigma indiciário no campo da história da educação a partir das categorias de distância e estranhamento e das relações entre verdade e linguagem. Propomos pensarmos nossas pesquisas a partir da densidade literária, diálogo interdisciplinar e tratamento das fontes. Compreendemos que a pesquisa em história da educação inserida em um Paradigma Indiciário implica erudição, preservação da dúvida, diálogo com o olhar de outras áreas para nossos objetos de investigação, compreensão do lugar do acaso na pesquisa e assunção de uma postura de exílio em relação às fontes (e a nós mesmos) para que nosso método de leitura indiciária possa preservar o caráter de indecifrabilidade presente em toda produção cultural humana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Aguiar, T. B. de ., Leonardi, P. ., & Peres, F. A. . (2021). Ginzburg na oficina do historiador da educação: algumas considerações metodológicas. Cadernos De História Da Educação, 20(Contínua), e029. https://doi.org/10.14393/che-v20-2021-29
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Thiago Borges de Aguiar, Universidade Metodista de Piracicaba (Brasil)

https://orcid.org/0000-0002-7294-1200
http://lattes.cnpq.br/4157841228850122
tbaguiar@outlook.com.br

Paula Leonardi, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil)

https://orcid.org/0000-0003-4046-9703
http://lattes.cnpq.br/6930629041565848
leonardi.paula@gmail.com

Fernando Antonio Peres, Rede Municipal de Ensino de São Paulo (Brasil)

http://orcid.org/0000-0001-6171-1840
http://lattes.cnpq.br/3172710350433799
peres.f.a@uol.com.br

Referências

AGUIAR, Thiago Borges de. Jan Hus: cartas de um educador e seu legado imortal. São Paulo: Annablume, Fapesp, Consulado Geral da República Tcheca, 2012.

AGUIAR, Thiago Borges de. Investigando Piero, de Carlo Ginzburg (Resenha). Revista Brasileira de História da Educação, v. 12, n. 2[29], 2012, p. 267-280. Available at . Last accessed May 8th 2020.

ARIÈS, Philippe. “A história das mentalidades”. In: NOVAES, F. A. e SILVA, R. F. da (Ed.). Nova história em perspectiva. Vol. 1. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

BURKE, Peter. “Miti, emblemi, spie: Morfologia e storia”. The Journal of Modern History, Vol. 62, no. 1, Mar. 1990, p. 108-111. Available at: . Last accessed: May 8th 2020. DOI: https://doi.org/10.1086/243384.

DAVIS, Natalie Zemon. O retorno de Martin Guerre. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

ESPADA LIMA, Henrique. A micro-história italiana: escalas, indícios e singularidades. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. Trad. Betania Amoroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

GINZBURG, Carlo. Os andarilhos do bem: feitiçaria e cultos agrários nos séculos XVI e XVII. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Trad. Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

GINZBURG, Carlo. História e cultura: conversa com Carlo Ginzburg. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 3, n. 6, 1990, p. 234-263.

GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Trad. Antonio Narino. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991a.

GINZBURG, Carlo. História noturna: decifrando o sabá. Trad. Nilson Moulin Louzada. São Paulo: Companhia das Letras, 1991b.

GINZBURG, Carlo. Inter/disciplinarity: vetoes and compatibilities. The Art Bulletin, Vol. 77, n.4, dez./1995, pp.534-536. Available at: . Last accessed: May 21st 2013. DOI: https://doi.org/10.2307/3046135.

GINZBURG, Carlo. Olhos de madeira: nove reflexões sobre a distância. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

GINZBURG, Carlo. Relações de força: histórica, retórica, prova. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

GINZBURG, Carlo. Nenhuma ilha é uma ilha: quatro visões da literatura inglesa. Tard. Samuel Titan Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

GINZBURG, Carlo. Latitudes, escravos e a Bíblia: um experimento em micro-história. ArtCultura, Uberlândia, v.9, n.15, p. 85-98, jul.-dec. 2007a.

GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Trad. Rosa Freire d’Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007b.

GINZBURG, Carlo. Investigando Piero: Batismo, o ciclo de Arezzo, a Flagelação de Urbino. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

GINZBURG, Carlo. Une machine à penser. Common Knowledge. v.18, n.1. 2012 Available at DOI: https://doi.org/10.1215/0961754X-1456890. Last accessed April 17th 2012.

GINZBURG, Carlo. Medo, reverência, terror: quatro ensaios de iconografia política. Trad. Joana Angelica D’Ávila Melo, Júlio Castanon Guimarães e Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

LEONARDI, Paula e AGUIAR, Thiago Borges de. “As potencialidades para o uso da obra de Carlo Ginzburg na História da Educação”. Revista Tempo e Espaços em Educação. Vol. 5, p. 107-123, jul./dec. 2010.

LEONARDI, Paula. Além dos espelhos: memórias, imagens e trabalhos de duas Congregações Católicas. São Paulo: Paulinas, 2010.

LEVI, Giovanni. O pequeno, o grande e o pequeno: Entrevista com Giovanni Levi. Rev. Bras. Hist., São Paulo, v.37, n.74, p.157-182, Jan./ 2017. Available at: DOI: https://doi.org/10.1590/1806-93472017v37n74-07. Last accessed March 3rd 2020.

PIRES, Francisco Murari. Indagações sobre um método acima de qualquer suspeita. História da Historiografia. v.6, n.13, dec./2013, p.24-44. Available at DOI: https://doi.org/10.15848/hh.v0i13.710. Last accessed May 8th 2020.

PERES, Fernando Antonio. João Penteado: o discreto transgressor de limites. São Paulo: Alameda, 2012.

SORGENTINI, Hernán. “Reflexión sobre la memoria y autorreflexión de la historia”. Revista Brasileira de História, v.23, n.45. São Paulo, jul. 2003. DOI:https://doi.org/10.1590/S0102-01882003000100005.

VAINFAS, Ronaldo. Os protagonistas anônimos da História: micro-história. Rio de Janeiro: Campus, 2002.