A construção da representação política dos assalariados rurais
Do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR)
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v37n2.2024.75175Resumo
O presente trabalho analisa a construção da representação política da categoria “assalariado rural”. Questionamos quais são os elementos que caracterizam ou não a existência de trabalhadores assalariados rurais ao longo dos anos, articulando com estudos de caso discutidos pela bibliografia, entrevistas e análise documental. Analisamos como da criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1922, à criação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR), em 2015, a categoria foi disputada, mobilizada e interpretada. Contextualizamos o perfil dos trabalhadores associados a essa identidade, como os “operários agrícolas”, “colonos”, “bóias-frias” e “canavieiros”. Seguimos como hipótese orientadora a impossibilidade de homogeneizá-los, especialmente em períodos anteriores à modernização da agricultura (1960-1970), tanto pelos aspectos regionais, quanto pela presença de elementos confluentes à remuneração, como a concessão de morada, o trabalho familiar e o acesso a lotes para produção alimentar. Indicamos a incompreensão de determinadas instituições políticas sobre a existência fragmentada e complexa desses sujeitos.