Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis <p>A Revista Cadernos de Pesquisa do CDHIS se constituiu em 1989 como um Boletim Informativo (com 3 páginas) e, desde 2000, como um Caderno de Pesquisa do Programa da Pós-Graduação em História da UFU. O objetivo do periódico é veicular resultados parciais de investigações na área das ciências humanas, além de experiências em preservação e restauro do patrimônio cultural, arquivo de documentos, uso de fontes orais, História Local, incorporando os trabalhos de alunos (as) do Mestrado em História /UFU, de integrantes do CDHIS e de outros (as) pesquisadores (as) nacionais e internacionais.</p> pt-BR Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. cdhis@ufu.br (Prof. Dr. Thiago Lenine Tito Tolentino) mariojunior@ufu.br (Mário Costa de Paiva Guimarães Júnior) Mon, 26 Dec 2022 22:44:00 -0300 OJS 3.3.0.13 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Editorial https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67833 Thiago Lenine Tito Tolentino Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67833 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 O que é história? O que é literatura? https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67748 <p>Ivan Jablonka busca por algo mais do que a simples combinação de história, ciência social e literatura. Ele gostaria que a história – ela própria compreendida como ciência social – fosse uma literatura do mundo real. Ele também se interessa por uma literatura que se orienta não apenas pelos resultados, mas também, de modo mais decisivo, pelas formas de raciocínio e de investigação da história e de outras ciências sociais afins (principalmente, a antropologia e a sociologia). A própria inserção de Jablonka dentro dos <em>Annales </em>parece evidente, principalmente por sua ênfase na cognição, na pesquisa orientada por problemas e no estatuto da história como ciência social. No entanto, as relações entre história, literatura e ficção não receberam muita atenção ou análise por parte dos pesquisadores dentro e ao redor dos <em>Annales </em>e, nesse contexto, Jablonka leva a compreensão da história para direções relativamente pouco exploradas. Apesar de possíveis discordâncias sobre pontos específicos, o livro instigante de Jablonka levanta questões muito relevantes, abre várias linhas significativas de investigação e busca uma interação desejável entre as abordagens históricas e literárias.</p> Dominick LaCapra Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67748 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Apresentação do Dossiê https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67834 Nathália Sanglard, Patrícia Reis Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67834 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 O Problema da Unidade da Cultura Europeia https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67752 <p>A geração de filólogos alemães da primeira metade do século XX interpretou os eventos políticos, sociais e culturais de seu tempo nos termos de uma <em>crise europeia</em>. Tal situação evocaria uma <em>urgência</em>, uma tarefa que, a seu ver, poderia ser enfrentada de modo eficaz pela Filologia Românica. Naturalmente, essa crise remete aos eventos políticos imediatamente anteriores: a ascensão do Nacional-Socialismo, a Segunda Guerra Mundial, o exílio, mas não apenas. Ela traduz, também, as transformações culturais em curso, ao surgimento da estética modernista e o desaparecimento gradativo de um mundo cuja unidade era o pressuposto fundamental. A função da filologia, disciplina construída sobre os pilares do idealismo e do romantismo alemão, seria recuperar o sentido dessa totalidade para a Europa contemporânea, recolocando os clássicos em seu lugar devido e opondo aos partidarismos político-nacionais o cosmopolitismo próprio da cultura ocidental. Nos quadros da Romanística, essa tarefa restauradora teve como ideal o resgate da Idade Média latina, anteriormente desprestigiada pela sobriedade da estética iluminista e neoclássica. Dante Alighieri foi exemplar, nesse sentido: um modelo estético, político e moral para a Alemanha contemporânea. Gostaria de evidenciar, nesse artigo, a relevância que o poeta assumiu na reflexão de dois destacados romanistas – Erich Auerbach e Ernst R. Curtius – em seus escritos da década de 1930.</p> Patrícia Reis Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67752 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Experienciando a modernidade https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66998 <p>O presente trabalho tem como objetivo analisar as configurações da experiência temporal moderna elaboradas pelo autor alemão Georg Simmel (1858-1918) ao longo de sua produção intelectual. Sendo assim, escolhemos o conceito de tragédia da cultura como articulador de nosso enredo, pois ele tangencia os inúmeros elementos da vida moderna que foram narrativizados por Simmel. Tendo como pressuposto a ideia de que a modernidade experienciada pelo autor alemão é permeada por diversas crises e tragédias, nos propomos a realizar um caminho que vai da definição do trágico e seu impacto na cultura moderna europeia até a forma de se experienciar esses fenômenos temporais que, na obra de Simmel, podem ser lidos a partir de suas reflexões sobre o dinheiro e as grandes cidades. Portanto, nossa hipótese é que o conceito simmeliano de trágico bem como a percepção do mesmo nos elementos do cotidiano são sintomas característicos da experiência de nosso autor durante sua existência nesse mundo moderno europeu.</p> Edmo Videira Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66998 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Viver na reserva, ressignificar a tutela e r-existir perante o SPI https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66868 <p>O artigo analisa as agências e r-existências indígenas na Amazônia em face da ação tutelar do Estado brasileiro no século XX, com foco nas experiências do povo Tenetehar-Tembé do alto rio Guamá. Em 1945, uma reserva foi criada e doada aos Tembé e outros indígenas do nordeste paraense, com o intermédio do SPI. Essa reserva trouxe novas condições de organização política e sociocultural entre os Tembé no Guamá em face dos exercícios de controle tutelar e imposição de condutas “civilizadoras” pelos agentes do SPI – e, posteriormente, da FUNAI. Essas experiências no âmbito da reserva levaram os Tenetehar-Tembé a gestar uma nova territorialidade e modos de vivência comunitária enquanto "resposta" possível às violências do Estado. Assim, através da memória e narrativas orais desse povo, intercruzadas com a documentação do SPI, foi possível observar e compreender suas estratégias de r-existência que articulam processos interétnicos e alicerçam hoje sua cultura e conexões tradicionais com o território no alto rio Guamá. Com isso, percebe-se os horizontes interpretativos da história Tembé e preenchendo certas lacunas existentes na documentação oficial do indigenismo brasileiro, de modo a centralizar as experiências e historicidades indígenas a partir de seus próprios pontos de vista.</p> Benedito Emílio da Silva Ribeiro Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66868 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Câmbio Negro https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66967 <p><span style="font-weight: 400;">O Atlântico Negro de Paul Gilroy é costurado por&nbsp; dinamismos econômicos e políticos que embarcam as vidas negras em um oscilante processo de pertencimento e não-pertencimento ao local cultural em que desaguam. A demarcação histórica desses movimentos remete, de maneira inadiável, à internacionalização do capitalismo e à sua face equivalente: a designação dos povos não-brancos e não-europeus pelo fator </span><em><span style="font-weight: 400;">raça</span></em><span style="font-weight: 400;">. O presente trabalho busca apontar o que se oculta quando não é observada a expansão mundial do Capitalismo em uma relação causal para com a categorização racial dos indivíduos negros. Para tanto, será investigada a díade América e Modernidade em suas formulações correspondentes. Em seguida, será pensada a raça enquanto “instrumento mental” da Modernidade e fator de exploração colonial capitalista. Por fim, serão consideradas as estruturas racistas para além de suas manifestações físicas, combinando elementos investigativos da História e da Psicologia. O esforço metodológico, então, compreende dialogar com a bibliografia rica e relevante dos estudos decoloniais e racializados sobre a colonização e a história colonial dos povos afro-americanos. O trabalho, ciente das suas limitações, conclui que há espaço para esquecimento ao se tratar do esplendor da Modernidade, em função de fazer lugar para a memória da Colonialidade.</span></p> Hanna Henriques Debs, Sérgio Paulo Morais Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66967 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Memória em chamas https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67011 <p>Buscando compreender o impacto das práticas visuais na historicidade contemporânea, esse texto estuda algumas imagens produzidas no Brasil de 2021: as fotografias do incêndio da Cinemateca Brasileira, a obra de net-art <em>Ditamapa</em>, o incêndio da estátua de Borba Gato, a depredação do Escadão Marielle Franco e sua posterior restauração.&nbsp; Investigamos como os arquivos visuais destes eventos ajudam a pensar os embates entre as políticas de memória que dão forma à nossa condição histórica, considerando que as imagens não apenas representam a experiência vivida, mas são também agentes produtores de experiências no real.</p> Lucas Manuel Mazuquieri Reis Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67011 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Sobre corpo, tempo e presença https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66878 <p>O objetivo deste artigo é pensar as questões do corpo e da temporalidade na tradição fenomenológica, especificamente em algumas obras de Hans Ulrich Gumbrecht e Jean-Luc Nancy. Minha hipótese é de que o corpo surge para os autores em sua contemporaneidade como uma urgência ético-política, produzindo em suas escritas uma radicalização do corpo em comparação a outras fenomenologias. Desta forma, poderei pensar as consequências dessa radicalização do corpo na escrita da história contemporânea, tendo em vista que a questão do corpo também parece ser decisiva neste momento. Por fim, buscarei pensar formas de trazer o corpo para o texto e colocar o texto no corpo, com a intenção de imaginar formas diferentes de escrever e experimentar a história.</p> Pedro Leal Gomes Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66878 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Resistir https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66854 <p class="western"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Este trabalho propõe uma visão alternativa aos conceitos tradicionais do estudo de literatura de testemunho, apresentando a ideia da escrita pela resistência da identidade. Baseando-nos nas obras de Márcio Seligmann-Silva sobre o trauma, a representação e o papel do historiador, podemos notar a prevalência do conceito “trauma” nesses estudos: o termo é amplamente utilizado para entender a motivação de sobreviventes de eventos-limite em sua escrita. A partir disso, pensamos em outros conceitos que podem ser utilizados nesse estudo, como a angústia, o luto e a resistência. Leremos, então, as autoras Ruth Klüger e Scholastique Mukasonga como exemplos de sobreviventes que reafirmam suas identidades através da escrita. </span></span></p> Maria Eliza Zahner Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66854 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 As igrejas inclusivas no Brasil https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66877 <p>Atualmente a comunidade evangélica corresponde a 31% da população brasileira, ao passo que os indivíduos LGBTQIA+ dizem respeito a 10% dessa mesma população. Conhecidas por seus discursos moralizantes, homofóbicos e em defesa do arranjo tradicional de família, muitas congregações neopentecostais têm gerado tensões de ordem religiosa, social, política e cultural entre essas duas esferas da sociedade. Contudo, é interessante ressaltar que a existência de igrejas que se propõem a acolher a pluralidade das sexualidades e das identidades de gênero também é crescente dentro da vertente neopentecostal. Nossa pesquisa teve como enfoque a comparação entre dois tipos de igrejas evangélicas, as de caráter conservador e as de aspecto progressista/inclusivo, que também possuem, elas próprias, as suas diferenças, como é o caso da ICI e da ICC, a Igreja Cristã Inclusiva e a Igreja Cristã Contemporânea. Interessou-nos problematizar a violência de gênero, as acomodações e as negociações estabelecidas, quando os conflitos ideológicos e a repressão a comportamentos são evidentes.</p> Mara Regina Nascimento, Vinicius Roesler Pereira Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/66877 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300 Revista Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67835 CDHIS Copyright (c) 2022 Cadernos de Pesquisa do CDHIS https://seer.ufu.br/index.php/cdhis/article/view/67835 Mon, 26 Dec 2022 00:00:00 -0300