Reflexões sobre a memória de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas (1733-1811)
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v36n2.2023.62846Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre alguns aspectos da memória de Joaquim Pinto de Oliveira (1733-1811), popularmente conhecido como Tebas. Desde as primeiras décadas do século XX, cerca de 130 anos após seu sepultamento, Tebas tem despertado o interesse de diferentes estudiosos. Nos últimos três anos, especialmente, sua trajetória ganhou ainda mais força, quando o personagem passou a estampar manchetes de jornais, foi tema de livro, dissertação de mestrado, ganhou outorga de arquiteto, estátua na região central de São Paulo e pessoas interessadas em sua história.
Nascido de ventre escravizado, na cidade Santos, Tebas migrou para São Paulo em um período em que a cidade passava por mudanças administrativas, políticas, econômicas e arquitetônicas que impactaram decisivamente sua vida. Tebas dominava a técnica de construir edifícios aplicando pedras de cantaria, material que as igrejas em São Paulo começaram a usar em seus frontispícios a partir da segunda metade do século XVIII. Reconhecido por suas habilidades, o mestre de obras trabalhou na torre da antiga Catedral da Sé, reformou o Mosteiro de São Bento, a igreja da Ordem Terceira do Carmo e deixou marcas na paisagem urbana da cidade visíveis até os dias atuais.