A Cidade como um Arquivo Aberto para o Ensino de História
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v33n2.2020.56818Resumo
Geralmente, ao pensarmos em arquivo, de imediato nos reportamos à história registrada em documentos (muitos dos quais “oficiais”, chancelados pelas instituições), mas cabe ressaltar que o patrimônio histórico de uma cidade “guarda” por trás de papeis e edificações inúmeras vivências e memórias. O propósito deste trabalho é discutir as possibilidades de utilização dos arquivos para o ensino de História considerando tanto a literatura como a cidade como arquivos enunciadores de memórias individuais e coletivas de extrema importância para a sociedade, seja no âmbito local ou em mediações culturais que extrapolam suas fronteiras em diálogos transversais com a pluralidade de histórias de toda humanidade. Como um exemplo do recurso à literatura e à cidade para interpretação do patrimônio e das memórias no ensino de História, reconstituo um projeto pedagógico interdisciplinar que conduzi, junto com a professora de Literatura, com as turmas do ensino fundamental e médio da Escola Municipal de Águas Claras (distrito de Mariana-MG). Seu objetivo era interpretar o patrimônio e as memórias da cidade de Itabira, onde nasceu Carlos Drummond de Andrade, através de uma visita guiada à sede urbana desse município, com leitura de seus poemas que encontram-se dispostos em placas em diversas ruas da cidade, em uma iniciativa do Museu de Território “Caminhos Drummondianos”.