Há em Foucault um gesto inaugural nos estudos do discurso?
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v1n1-2019-48526Palavras-chave:
Arqueologia, Genealogia, Michel Foucault, DiscursoResumo
Os estudos do discurso iniciados na França nos anos de 1960 foram reverberados nos anos seguintes em várias disciplinas e estenderam-se a outros países europeus e a outros continentes. Este artigo procura recuperar o contexto de aparição de conceitos basilares para os estudos do discurso, investigando como as reflexões teórico-analíticas de Michel Foucault nos livros Arqueologia do Saber e A Ordem do discurso e em seus comentadores são responsáveis por um gesto inaugural disciplinar que se estabeleceu com as noções de discurso, formação discursiva, arquivo, descontinuidades, sistemas. Avalia-se, portanto, como a Arqueologia foi central para revolucionar a História, para questionar o poder do arquivo, para dar centralidade ao discurso. Considerando o alcance dos conceitos discutidos em M. Foucault, avalia-se ainda a produtividade de discussões que se seguiram às reflexões sobre a arqueologia, na segunda metade dos anos de 1970, envolvendo as noções de saber-poder, poder disciplinar e biopoder. Pretende-se com isso, validar o gesto inaugural de Foucault para os estudos do discurso e expor os cortes epistemológicos, os deslocamentos científicose o pensamento inovador que vieram a constituir esse campo disciplinar que continua a ser produtivo para análise dos discursos da atualidade.
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