Há em Foucault um gesto inaugural nos estudos do discurso?

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.14393/HTP-v1n1-2019-48526

Mots-clés :

Arqueologia, Genealogia, Michel Foucault, Discurso

Résumé

Os estudos do discurso iniciados na França nos anos de 1960 foram reverberados nos anos seguintes em várias disciplinas e estenderam-se a outros países europeus e a outros continentes. Este artigo procura recuperar o contexto de aparição de conceitos basilares para os estudos do discurso, investigando como as reflexões teórico-analíticas de Michel Foucault nos livros Arqueologia do Saber e A Ordem do discurso e em seus comentadores são responsáveis por um gesto inaugural disciplinar que se estabeleceu com as noções de discurso, formação discursiva, arquivo, descontinuidades, sistemas. Avalia-se, portanto, como a Arqueologia foi central para revolucionar a História, para questionar o poder do arquivo, para dar centralidade ao discurso. Considerando o alcance dos conceitos discutidos em M. Foucault, avalia-se ainda a produtividade de discussões que se seguiram às reflexões sobre a arqueologia, na segunda metade dos anos de 1970, envolvendo as noções de saber-poder, poder disciplinar e biopoder. Pretende-se com isso, validar o gesto inaugural de Foucault para os estudos do discurso e expor os cortes epistemológicos, os deslocamentos científicose o pensamento inovador que vieram a constituir esse campo disciplinar que continua a ser produtivo para análise dos discursos da atualidade.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Vanice Maria Oliveira Sargentini, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Bacharelado e Licenciatura em Letras (1985) na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Mestre (1991) e Doutora (1998) em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Pós-doutorado na Université Paris III - Sorbonne Nouvelle (2008). Professora Titular da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), instituição na qual atuou de 1996 a 2019, tendo sido Coordenadora do Curso de Letras (1998-2001), Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Lingüística (2005-2007 e 2018-2019), Vice-Coordenadora do curso de Bacharelado em Linguística (2009 -2010 e 2016- 2018), Coordenadora do curso de Bacharelado em Linguística(2011 a 2013). Tem experiência na área de Teoria e Análise Linguística, com ênfase em Análise do Discurso, atuando principalmente nos seguintes temas: reflexões epistemológicas e analíticas sobre análise do discurso, identidade, mídia e discurso político.

Références

ARTIÈRES, P. Dizer a atualidade. O trabalho de diagnóstico em Michel Foucault. In. GROS, F. (org.). Foucault, a coragem da verdade. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Ed. Loyola, 1996.

FOUCAULT, M. A arqueologia do Saber. 2 ed. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In. RABINOW, P.; DREYFUS, P. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

FOUCAULT, M. Verdade, Poder e si. In: FOUCAULT, M. Por uma vida não-fascista. Coletivo Sabotagem, 2004, p. 51-56.

FOUCAULT, M. Linguística e Ciências Sociais. In. FOUCAULT, M. Ditos e Escritos II -Arqueologia das ciências e a história dos sistemas de pensamento. Organização e seleção de textos, Manoel Barros da Motta, tradução de Elisa Monteiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005, p. 163-181.

FOUCAULT, M. Resposta a uma questão. In. FOUCAULT, M. Ditos e Escritos VI - Repensar a política. Organização e seleção de textos, Manoel Barros da Motta, tradução de Ana Lúcia Paranhos Pessoa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 1-24.

FOUCAULT, M. Aulas sobre a vontade de saber: curso no Collège de France (1970-1971)/Michel Foucault; seguido de O saber de Édipo. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Editora WMF, Martins Fontes, 2014. .

GROS, F. Foucault: a coragem da verdade. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

GROS, F. Desobedecer. Tradução de Célia Euvaldo. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

MACHADO, R. Impressões de Michel Foucault. São Paulo: N-1 edições, 2017.

RABINOW, P; DREYFUS, H. Uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

ROUANET, S.; MERQUIOR, J. Entrevista com Michel Foucault, Revista Tempo Brasileiro. Comunicação / 3 – O homem e o discurso. 2 ed. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1996.

Téléchargements

Publié-e

2019-06-26

Comment citer

OLIVEIRA SARGENTINI, V. M. Há em Foucault um gesto inaugural nos estudos do discurso? . Revista Heterotópica, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 34–47, 2019. DOI: 10.14393/HTP-v1n1-2019-48526. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/RevistaHeterotopica/article/view/48526. Acesso em: 23 juill. 2024.