Memória e(m) resistência no discurso
(des)construções do corpo feminino e da língua no/pelo digital
DOI :
https://doi.org/10.14393/HTP-v5n2-2023-69027Mots-clés :
Beleza, Corpo feminino, Idealização, Instagram, MemóriaRésumé
Este trabalho tem como objetivo analisar os sentidos construídos pelas redes sociais acerca de uma ditadura da beleza (im)posta ao corpo feminino e que continua, a passos largos, influenciando historicamente os sujeitos a seguirem certos padrões cristalizados numa memória social. Mais especificamente, observamos duas instâncias discursivas que, de um lado, idealiza a beleza a partir da padronização do corpo e da língua, ratificando o discurso dominante de se manter “adequados” e de sucesso, e de outro, resiste a tais pré-construídos, fomentando novos imaginários e cenários de resistência acerca da mulher e de seu corpo livre. Utilizaremos para esta nossa empreitada dois perfis do Instagram, @cintiachagass e @ju_romano, influenciadoras digitais que possuem um número de seguidores expressivo e, de certo modo, contribuem com os dizeres sobre o corpo da mulher, a idealização de beleza e de uma língua “ideal”. Logo, trata-se de observarmos a oposição de duas memórias que retomam não só os fatos e acontecimentos da história evidenciando um setor mercantil e, por consequência, o lucro, mas também promovendo todo o interdiscurso que o inclui como dominante. Para nossa construção analítica, utilizamo-nos das reflexões teórico-metodológicas da análise do discurso de matriz francesa, em especial as noções de memória discursiva e acontecimento, heranças de Michel Pêcheux (2008, 2010).
Téléchargements
Références
A primeira modelo plus size brasileira alçada ao posto de top model. Revista Veja, 7 ago. 2022. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/a-primeira-modelo-plus-size-brasileira-alcada-ao-posto-de-top-model/. Acesso em: 16 jan. 2023.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2009.
BUTLER, J. Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do ‘pós-modernismo’”. Cadernos Pagu, n. 11, p. 11-42, 1998. Disponível em: file:///C:/Users/Proprietario/Downloads/cadpagu_1998_11_2_BUTLER.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
Cintia Chagas. Instagram, 10 jan. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/cintiachagass/?hl=pt-br.
DARÓZ, E.; RUIZ, M. A. A., SOUSA, L. M. A. Entre história e memória: a beleza feminina em (dis)curso. In: SILVA, D. S., SILVA, C. S. Pêcheux em (dis)curso: entre o já-dito e o novo. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021.
DAVALLON, J. A imagem, uma arte de memória? In: ACHARD, P. (Org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010.
DIAS, C. A análise do discurso digital: um campo de questões. REDISCO – Revista Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo, [S.1], v. 10, n. 2, 2016. Disponível em: http://periodicos2.uesb.br/index.php/redisco/article/view/2515/2079. Acesso em: 15 jan. 2023.
HALBWACHS, M. La mémoire collective. Paris, Presses Universitaires de France. 1950. Disponível em: https://www.worldcat.org/title/memoire-collective/oclc/369878437?referer=di&ht=edition. Acessado em: 16 jan. 2023.
Ju Romano. Instagram, 10 jan. 2023. Disponível em: https://www.instagram.com/ju_romano/.
ORLANDI, E. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2002.
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. (Org.). Papel da memória. Campinas: Pontes, 2010.
PÊCHEUX, M. Discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni P. Orlandi. 5. ed. Campinas: Pontes, 2008.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Júlia dos Santos Oliveira, Marco Antonio Almeida Ruiz 2024
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.