Memória e(m) resistência no discurso
(des)construções do corpo feminino e da língua no/pelo digital
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v5n2-2023-69027Palavras-chave:
Beleza, Corpo feminino, Idealização, Instagram, MemóriaResumo
Este trabalho tem como objetivo analisar os sentidos construídos pelas redes sociais acerca de uma ditadura da beleza (im)posta ao corpo feminino e que continua, a passos largos, influenciando historicamente os sujeitos a seguirem certos padrões cristalizados numa memória social. Mais especificamente, observamos duas instâncias discursivas que, de um lado, idealiza a beleza a partir da padronização do corpo e da língua, ratificando o discurso dominante de se manter “adequados” e de sucesso, e de outro, resiste a tais pré-construídos, fomentando novos imaginários e cenários de resistência acerca da mulher e de seu corpo livre. Utilizaremos para esta nossa empreitada dois perfis do Instagram, @cintiachagass e @ju_romano, influenciadoras digitais que possuem um número de seguidores expressivo e, de certo modo, contribuem com os dizeres sobre o corpo da mulher, a idealização de beleza e de uma língua “ideal”. Logo, trata-se de observarmos a oposição de duas memórias que retomam não só os fatos e acontecimentos da história evidenciando um setor mercantil e, por consequência, o lucro, mas também promovendo todo o interdiscurso que o inclui como dominante. Para nossa construção analítica, utilizamo-nos das reflexões teórico-metodológicas da análise do discurso de matriz francesa, em especial as noções de memória discursiva e acontecimento, heranças de Michel Pêcheux (2008, 2010).
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