“Não fale em crise, trabalhe” e a reforma trabalhista
efeitos de sentidos na pandemia da Covid-19
DOI :
https://doi.org/10.14393/HTP-v2n2-2020-57217Mots-clés :
Charge, Reforma Trabalhista, Empreendedorismo, Pandemia, DiscursoRésumé
Nas primeiras décadas do século XX, com o acesso mais popularizado à mídia digital no Brasil e com o crescimento das redes sociais, discursos heterogêneos têm se materializado no ciberespaço. Sendo o discurso constituído por/para sujeitos (Pêcheux, 2009), nos propomos nesse estudo analisar alguns dizeres que circula(ra)m nas redes sociais, através de charges de 2016 a 2020, com o objetivo de desvelar como os efeitos de sentidos do discurso “Não fale em crise, trabalhe!”, forjado no contexto da reforma trabalhista brasileira, afeta(ra)m os entregadores de aplicativo no período de crise econômica, política e sanitária. Esse dizer foi proferido pelo presidente Michel Temer em seu primeiro pronunciamento oficial como presidente em exercício, em 2016. O método utilizado para a análise das charges foi o do materialismo histórico-dialético com base no dispositivo teórico-analítico da Análise de Discurso Pêcheutiana. A partir das análises realizadas nesse estudo, desvelamos como o discurso jurídico da reforma trabalhista legitimou e acelerou o processo de precarização das condições de trabalho e de sobrevivência dos trabalhadores, com a uberização.
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