Coragem de “Mães Arrependidas” se narrarem na web
discursos e práticas de liberdade
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v7n1-2025-77450Palabras clave:
Discurso parresiástico, Dispositivo da maternidade, Michel FoucaultResumen
Partindo dos Estudos Discursivos Foucaultianos, propomo-nos analisar arqueogenealogicamente narrativas de si de “Mães Arrependidas” que partilham nas redes sociais suas frustrações em relação à maternidade, chocando-se com o poder patriarcal na expectativa de libertarem-se de amarras sociais que consideram a maternidade como um destino natural das mulheres e, portanto, algo que não deve ser contestado ou negado, muito menos odiado. Aproximamos essas narrativas de si – materializadas no instagram @maearrependida – da inquietude crítica de Michel Foucault em seus últimos cursos dedicados à subjetividade e à verdade, priorizados aqui como grade de leitura e de análise de modo a darmos relevo à produção e à circulação do enunciado “Mães arrependidas” compreendido como um nó em uma rede que interliga, nas redes sociais e fora dela, um sem número de mulheres que ao se narrarem valem-se da coragem da verdade (parresía), enfrentam riscos e, sobretudo, provocam fraturas virtuais no dispositivo da maternidade, abrindo espaços de possíveis autotransformações, ou seja, liberdade.
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