As infâncias e as brincadeiras do e no campo

a vivência e a participação em um movimento social

Autores

  • Larissa Escarce Bento Wollz Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Francisco Romão Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep-v16n32017-art06

Palavras-chave:

Infância, Campo, Brincar, Sem-Terrinhas

Resumo

O presente artigo busca relatar e analisar os aspectos históricos e sociais que circunscrevem o universo das infâncias no meio rural brasileiro, suas brincadeiras, sua relação com a escola e, sobretudo, discutir alguns aspectos que tratam da vivência e a participação das crianças no interior de um movimento social como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Esse estudo consiste em uma revisão da literatura do tipo narrativa. Utilizamos três autores clássicos para embasar teoricamente os estudos que tratam da realidade brasileira. Marx, que apresenta elementos para a reflexão acerca da perspectiva relacional dos fenômenos sociais e com a sua afirmativa de que a sociedade constitui uma totalidade, cuja explicação se encontra na compreensão das condições materiais e objetivas de existência; Vygotsky, para pensar os processos de subjetivação e a vivencia da infância na cultura; e Bourdieu, para pensar sobre a função ideológica do sistema de ensino, violência simbólica e capital simbólico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Escarce Bento Wollz, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós-doutoranda em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil; professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus Macaé, Brasil

Francisco Romão Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública e pós-doutorado voltado para o ensino de biociêcias na saúde pelo Instituto Oswaldo Cruz / FIOCRUZ. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro é Professor Adjunto do Instituto de Nutrição, Bolsista no Programa Prociência e professor do quadro permanente do Programa de Pós Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde.

Referências

ALVES, G. L. (Org.). Educação no campo: recortes no tempo e no espaço. Campinas, SP: Autores Associados, 2009. 306 p.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre afirmação e negação do trabalho. São Paulo, SP: Boitempo, 2009. 264 p.

ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978. 275 p.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2009. 365 p.

BOGO, A. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). In: MOTTA, M. (Org.). Dicionário da Terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 40-45.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. 311 p.

______. O senso prático. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 471 p.

BOURDIEU, P; PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. 275 p.

BRANDÃO, C. R. O trabalho de saber: cultura camponesa e escola rural. Porto Alegre: Sulina, 1999. 163 p.

CALDART, R. S. O MST e a formação dos Sem Terra: o movimento social como princípio educativo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p. 207-224, 2001. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-40142001000300016.

CALDART, R. S.; PALUDO, C.; DOLL, J. (Org.). Como se formam os sujeitos do campo? Idosos, adultos, jovens, crianças e educadores. Brasília: PRONERA: NEAD, 2006. 160 p.

CARDOSO, C. F. S. Escravo ou camponês? O protocampesinato negro nas Américas. São Paulo: Brasiliense, 2004. 128 p.

CORREIA, L. et al. Movimentos sociais e experiência geracional: a vivência da infância no Movimento dos Trabalhadores sem Terra. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 46. p. 143-166, dez. 2007.

CORSO, R. F.; PIETROBON, S. R. G. A Infância no MST: um estudo sobre as concepções de infância presentes no Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. In: CONGRESSO DE EDUCAÇÃO – EDUCERE, 9., ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, 3., 2009, Curitiba. Anais... Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2477_1116.pdf>. Acesso em 20 maio 2015.

DELGADO, G. Pacto de poder com os donos da terra. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, Ano 6, n. 72, jul. 2013. (Caderno Economia do Agronegócio). Disponível em: <http://diplomatique.org.br/pacto-de-poder-com-os-donos-da-terra/>. Acesso em: 16 nov. 2016.

FURLANETTO, B. H. Da infância sem valor à infância de direitos: diferentes construções conceituais de infância ao longo do tempo histórico. Revista da PUC, Curitiba, 2008. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/892_632.pdf>. Acesso em: 22 maio 2016.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/agsn/>. Acesso em: 20 set. 2016.

IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas. Brasil Carinhoso pode baixar pobreza extrema infantil a 0,6%. 2012. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=16545>. Acesso em: 28 dez. 2016.

KASSOUF, A. L. A ameaça e o perigo à saúde impostos às crianças e aos jovens em determinados trabalhos. In: CORRÊA, L. B.; VIDOTTI, T. J. (Coords.). Trabalho infantil e direitos humanos. São Paulo: LTr, 2005. p. 45-67.

KULESZA, W. A. Reforma agrária e educação ambiental. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 89, n. 222, p. 295-311, ago. 2008.

MARQUES, M. I. M. A atualidade do uso do conceito de camponês. Revista NERA, Presidente Prudente, Ano 11, n. 12 p. 57-67, 2008.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro 1. O processo de produção do capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 574 p.

MIRANDA, M. G. de. O processo de socialização na escola: a evolução da condição social da criança. In: LANE, S. T. M.; CODO, W. Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 38-47.

MOURA, M. M. Camponeses. 2. ed. São Paulo: Ática, 1988. 95 p.

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Encontro Sem Terrinha ficará marcado para mais de 4 mil crianças no Paraná. 2010. Disponível em: <http://www.mst.org.br/Encontro-Sem-Terrinha-ficara-marcado-para-4-mil-criancas-do-Parana>. Acesso em: 20 nov. 2016.

NERI, M. C.; COSTA, D. R. O tempo das crianças. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2002. (Ensaios Econômicos).

OLIVEIRA, F. de. Crítica à razão dualista. São Paulo: Boitempo, 2003.

RIZZINI, I. Pequenos trabalhadores do Brasil. In: DEL PRIORE, M. História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 2010. p. 376-406.

SILVA, A. P. S. da; FELIPE, E. da S.; RAMOS, M. M. Infância do campo. In: CALDART, R. S. (Org.). Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 27-34.

SOUZA, M. A. A pesquisa sobre educação e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos Programas de Pós-Graduação em Educação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12, n. 36, set./dez. 2007.

STOTZ, E. N. Memória social sobre saúde e ambiente: um projeto de pesquisa-ação com agricultores familiares de Sumidouro, Rio de Janeiro, Brasil. Relatório Final. 2008. Disponível em: <http://pesquisa.bvs.br/aps/resource/es/cvsp-brasil--182265>. Acesso em: 20 maio 2016.

TEIXEIRA, M. das G. S. A criança indígena no seu universo lúdico. 2011. Disponível em: <http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_I/maria_gracas_souza_teixeira.pdf/>. Acesso em: 15 jun. 2016.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 191 p.

Downloads

Publicado

09-01-2018

Como Citar

WOLLZ, L. E. B.; FERREIRA, F. R. As infâncias e as brincadeiras do e no campo: a vivência e a participação em um movimento social. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 16, n. 3, p. 84–103, 2018. DOI: 10.14393/rep-v16n32017-art06. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/38126. Acesso em: 12 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais