CRIAÇÃO, EXPANSÃO E DESATIVAÇÃO DAS ESCOLAS RURAIS NA MESORREGIÃO OESTE DO PARANÁ

Autores

  • Anderson Bem Universidade Estadual de Maringá
  • Maria das Graças de Lima

DOI:

https://doi.org/10.14393/REG-v6-2015-79846

Palavras-chave:

Escola Rural, Mesorregião Oeste do Paraná, População Rural, Políticas Educacionais

Resumo

Como em outras regiões do Paraná, a criação de escolas nas zonas rurais da Mesorregião Oeste do Paraná esteve ligada ao processo de colonização realizada por empresas privadas mediante a comercialização de lotes para pequenos agricultores. Os pequenos agricultores de origem sulista reivindicaram e também construíram as primeiras escolas rurais nas décadas de 1950 e 60 e estas tiveram um enorme crescimento até a década de 1970, momento em que a grande parcela da população da mesorregião se concentrava no espaço rural. Este período também foi marcado pelo processo de mecanização do solo gerando uma crise na agricultura colonial, pela inviabilização de pequenas propriedades em se inserir nos monocultivos para exportação. Como consequência, o êxodo rural foi intenso durante as décadas de 1970 e 80, produzindo uma crise na educação rural, materializada no processo de desativação das escolas rurais. As políticas educacionais também atuaram em geral para inviabilizar a manutenção da escola no espaço rural, dirigindo os investimentos em infraestrutura para as escolas urbanas. Na presente pesquisa, levantamos alguns dados empíricos referentes a criação, expansão e desativação das escolas rurais na Mesorregião Oeste do Paraná.

Biografia do Autor

  • Anderson Bem, Universidade Estadual de Maringá

    Doutorando em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá.

  • Maria das Graças de Lima

    Doutora em Geografia e Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá

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Publicado

14-02-2016

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

CRIAÇÃO, EXPANSÃO E DESATIVAÇÃO DAS ESCOLAS RURAIS NA MESORREGIÃO OESTE DO PARANÁ. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 6, n. 11, p. 20–36, 2016. DOI: 10.14393/REG-v6-2015-79846. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistadeensinodegeografia/article/view/79846. Acesso em: 30 dez. 2025.