Negra e Acadêmica
A solidão no diálogo entre pares nos espaços de poder
DOI:
https://doi.org/10.14393/CEF-v32n2-2019-7Resumo
A vida acadêmica nos revela diferentes desafios, que se intensificam com as sobreposições de opressões sociais como racismo, machismo, homofobia e desigualdade econômica. O artigo visa refletir sobre os impasses que mulheres negras encontram ao ocupar esse espaço de poder. Sabemos que o ingresso das estudantes negras na universidade, mesmo com políticas afirmativas, ainda não atingiu um nível igualitário de oportunidades, e quando se trata de permanência nesses espaços a dificuldade para alunas negras se agrava. Buscamos refletir sobre os problemas enfrentados no percurso da graduação com diferentes relatos de estudantes negras, abordando casos de racismo institucional e discriminação racial. A escolha dos autores que embasam nossa discussão também tem uma afinidade com a discussão decolonial e de interculturalidade dos saberes, buscando um olhar diferenciado sobre a solidão que esse espaço de poder, ocupado muito recentemente por mulheres negras, produz no seu processo de individualização e exclusão dos diferentes. Apresentamos uma provocação sobre estratégias de sobrevivência e de coletividade num espaço que não é convidativo e individualiza os corpos, e estratégias de resistência e construção de pensamentos insubmissos sobre o ensino superior.
PALAVRAS CHAVE: Feminismo Negro, Racismo, Relações Etnicorraciais, Educação.