‘Quando il Mondo era Roma’: livros escolares para fascistizar os italianos no exterior, o caso brasileiro (1922-1938)

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Terciane Ângela Luchese

Resumo

Escolas com marcas étnicas pelo idioma, saberes e modo como operavam se proliferaram no Brasil em fins do século XIX e início do XX. Escolas italianas foram inspecionadas por cônsules ligados ao Ministério das Relações Exteriores desde 1870. A remessa e distribuição de livros foi efetivada por meio de cônsules que, no fascismo, foram centrais. O objetivo é compreender políticas, produção, circulação e distribuição de livros escolares fabricados durante o fascismo para as escolas italianas no exterior, atentando para aqueles que circularam no Brasil entre 1922 até 1938 quando da nacionalização e fechamento das escolas étnicas. Como exemplo, ‘Quando il Mondo era Roma’, livro de “breves notícias sobre um pequeno povo que soube dar ao mundo uma grande civilização” (FASCI ITALIANI, 1932, p. II). A partir da História da Educação e História Cultural foi realizada a análise documental histórica de leis, correspondências, relatórios de cônsules, fotografias, livros escolares e jornais.

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Como Citar
Luchese, T. Ângela. (2022). ‘Quando il Mondo era Roma’: livros escolares para fascistizar os italianos no exterior, o caso brasileiro (1922-1938). Cadernos De História Da Educação, 21(Contínua), e119. https://doi.org/10.14393/che-v21-2022-119
Seção
Dossiê 4 - Circulação transnacional de livros de leitura e de manuais pedagógicos (entre fins do século XIX e início do século XX)
Biografia do Autor

Terciane Ângela Luchese, Universidade de Caxias do Sul (Brasil)

https://orcid.org/0000-0002-6608-9728
http://lattes.cnpq.br/7640634913198342
taluches@ucs.br

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