Instituições públicas de formação da juventude campinense (1950-1960): democratização ou elitização?
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Resumo
Tratando de duas instituições públicas de ensino secundário de Campina Grande-PB, o Colégio Estadual da Prata (1953) e a Escola Normal Estadual (1960), o artigo discute o prestígio social das duas instituições, destacando as solenidades de inauguração dos prédios e o alunado de cada uma delas, nas respectivas primeiras décadas de funcionamento. Os achados provêm de matérias veiculadas em jornais do estado, bem como das fichas individuais dos alunos, disponíveis nos arquivos das instituições. A cobertura jornalística e a dimensão política das solenidades de inauguração dos prédios constituem forte indício do prestígio social do Colégio Estadual e da Escola Normal. Já o seu alunado foi constituído de jovens (rapazes e moças) oriundos de família tradicionais da elite campinense e regiões circunvizinhas. Tais achados permitem considerar que a trajetória das instituições, no período aqui analisado, evidencia a tensão entre elitização e democratização do ensino secundário campinense, nas décadas de 1950-1960.
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