Diários, cartas e cadernos de poesia: arquivos pessoais e ego-documentos na pesquisa e no ensino de história
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Em (Des) arquivar: arquivos pessoais e ego-documentos no tempo presente (2019), Maria Teresa Santos Cunha, apresenta um livro que reúne estudos produzidos nos últimos anos, e, já publicados em periódicos especializados noutros momentos. Os artigos que compõem esse livro são portadores de um tempo acumulado, foram escritos em temporalidades distintas, textos que testemunham histórias de encontros, desencontros, proximidades e distâncias, que trazem como temática os arquivos pessoais e os chamados ego-documentos. Os arquivos pessoais comportam documentos de textualidades plurais como cartas, diários pessoais, álbuns de poesias e autobiografias, sendo estudados e mostrados em suas interações discursivas – entre o visto e o escrito – e na sua materialidade – do manuscrito ao impresso. São redutos de sensibilidades no campo historiográfico do Tempo Presente, criam possibilidades de buscar traços descontínuos e vestígios sobre passados que imprimem inteligibilidade àqueles tempos. Trata-se, enfim, de fazer emergir o passado do presente, cruzando o global e o local em textos que anunciam uma revolução documental em que ondas de memória acabam por unir e agitar com intensidade as sociedades contemporâneas.
Os ego-documentos são considerados aqueles que, resistindo ao fogo e/ou ao lixo, foram preservados e se referem às experiências pessoais com um intuito de guardar a si próprio. Os ego-documentos se referem, portanto, à diversidade das formas de expressão escrita dos sentimentos e experiências pessoais. Por intermédio deste ponto de vista, um ego-documento é um texto de qualquer forma ou tamanho, em que ele se esconde ou descobre deliberada ou acidentalmente um ego. “São textos em que um autor ou autora, escreve, por si mesmo ou através de outro, sobre suas vivências (diretas ou conhecidas), sentimentos e pensamentos.” (CUNHA, 2019, p. 11-12). O livro está organizado em duas partes: arquivos pessoais e documentos da intimidade, eixos que permitem pensar a escrita de um tempo em diversos suportes.
Downloads
Detalhes do artigo
Os trabalhos publicados são de propriedade dos seus autores, que poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título original, Cadernos de História da Educação, volume, nº, páginas).